“A mídia é um instrumento de mudança de concepção social, que precisa estar em busca da equidade”, afirma vice-presidente da CDDM

Em audiência pública, a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, a Frente Parlamentar em Defesa das Mulheres da Assembleia Legislativa de Sergipe e demais parceiros, colocaram em debate nesta sexta-feira, 17, a responsabilidade da mídia como instrumento de mudança de concepção social no combate diário à misoginia.

Para a presidente da Comissão, Adélia Moreira Pessoa, os estereótipos disseminados pelos jornalistas e publicitários são reflexos da cultura do patriarcado e da misoginia. “É preciso ter o olhar de desvelar a realidade. A mídia é um poderoso mecanismo para a mudança de padrões de misoginia e nós precisamos com urgência desenvolver esse debate em todos os espaços”.

No debate, a vice-presidente da Comissão, Valdilene Oliveira Martins, defendeu a necessidade de alertar os profissionais da comunicação quanto à forma de abordar as notícias, manchetes e propagandas. “A mídia é um instrumento de mudança de concepção social, que precisa estar em busca da equidade de homens e mulheres, que são iguais em direitos e obrigações”, disse.

“É a visão de que a mulher é um acessório ou patrimônio do homem pela qual a mídia não pode compactuar. A sociedade não está tolerando mais e nós esperamos contar com todos os profissionais de imprensa para que as pessoas do sexo feminino não sejam denegridas”.

Em sua palestra, a professora e jornalista, Maíra Ezequiel, colocou em discussão as maneiras errôneas de comportamento da imprensa e da publicidade em relação às mulheres. Para ela, o ser humano está imerso historicamente em uma sociedade onde o desprezo, a humilhação e as violências física e simbólica às mulheres têm respaldo social e são atitudes naturalizadas.

Na ocasião, Maíra fez um apelo pela urgência e necessidade de repensar a representação da mulher no discurso midiático para, a partir disso, conseguir a reconfiguração das práticas sociais; a discussão e elaboração de políticas públicas voltadas para a igualdade de gênero; e o combate à violência, pedofilia, à cultura do estupro e a apropriação dos corpos femininos.

“Essa é uma situação que está colocada para todas as mulheres. Primeiramente, o que falta é admitir                que existe o machismo e o sexismo. É preciso perceber como a mídia é machista e ficar sistematicamente vigilante para evitar que esse desrespeito e equívoco continue ocorrendo”.