Palestra e troca de experiências marcam segundo dia da I Conferência da Mulher

Um momento para falar sobre experiências e trajetórias de vida dentro e fora da advocacia. Assim, foi aberto o segundo dia da I Conferência Estadual da Mulher Advogada na tarde desta quinta-feira, 23.

A palestra ministrada pela psicóloga Camila Souza abordou o tema ‘Enfrentando o Stress na Advocacia’ marcou a abertura do evento que reuniu dezenas de advogadas e advogados no auditório da Caixa de Assistência dos Advogados de Sergipe – CAASE, na capital. “Antes de iniciar o desenvolvimento do tema em si, busquei ouvir todos os presentes, primeiramente para que eles se apresentassem e eu pudesse conhecer um pouco da cada um. Esse primeiro momento é importante, pois é a oportunidade que todos têm de falar um pouco sobre si mesmo e superar muitas vezes o receio ou medo de se expressar em público. E a cada história, a cada experiência de vida trocada pelo grupo, é uma forma de aprendizado para todos. Histórias essas, que muitas vezes já apresentam de forma clara as responsabilidades enquanto profissional, as pressões sofridas no dia-a-dia, e situações de stress vivenciadas por cada um. A partir daí, inicio a palestra em si, com todas as orientações, usando exemplos, buscando transformar a forma de encarar os problemas e buscar alternativas para vencer o stress e ter uma vida mais plena e equilibrada emocionalmente”, destacou a psicóloga.

“Muito interessante a palestra da Dra. Camila Souza, pois ela abordou o stress de forma geral e aquele que atinge principalmente às mulheres. Os fatores apresentados por ela exemplificaram muito bem o stress vivenciado pelos profissionais da advocacia, bem como o quanto eles interferem e são prejudiciais à saúde física e mental. Foi interessante ver a participação das advogadas e dos advogados, pois de fato, eles se identificaram com cada exemplo, cada situação apresentada e puderam obter orientações valiosas sobre como driblar esse mal e viver com mais qualidade. Aproveito para parabenizar à toda organização deste grande evento, que está sendo um sucesso”, afirmou a secretária-adjunta da OAB Sergipe, Maria da Purificação Andrade Vieira.

“Esse debate e troca de experiências foram esclarecedores para todos os que participaram, pois nossa rotina enquanto advogados e advogadas acabam consumindo muito do nosso emocional, já que a pressão nos prazos e outros fatores que integram o pacote da advocacia são extremamente estressantes para o profissional”, destacou Hermosa França, vice-presidente da Comissão de Eventos da Caixa de Assistência dos Advogados de Sergipe – CAASE.

Advogada há 42 anos, Zênia Fortes, ressaltou os desafios encarados diariamente pelas mulheres da advocacia sergipana. “Poder partilhar, falar um pouco sobre si mesmo e os desafios encarados ao longo da carreira é algo maravilhoso. Tenho uma longa carreira na advocacia criminalista, encarei e encaro grandes desafios não só por ser mulher, mas porque essa é uma profissão desafiadora e que exige uma habilidade, uma vivência, que isso só vamos aprendendo ao longo do tempo”, ressaltou.

“A experiência adquirida na carreira pode se tornar uma barreira quando se busca uma nova oportunidade no mercado de trabalho e isso é uma situação de stress que nos faz querer desistir muitas vezes. Vivenciei isso e sei o quanto essas dificuldades abalam nosso emocional, pois por muitas vezes as portas se fecham simplesmente pelo fato de você ser um profissional experiente, preparado, com especializações em várias áreas. Isso acontece porque muitas vezes os escritórios preferem pessoas recém-formadas, com pouca experiência, já que assim a remuneração não será tão alta. Mas, esse é um desafio que precisamos encarar com coragem e não desistir ou desanimar”, enfatizou a advogada Simone Machado.

O relato do estudante de Direito Jossival de Santana Paim também ressaltou essa relação entre experiência e stress. “Após 35 anos atuando no mercado financeiro decidi retornar à faculdade para estudar Direito. Esse retorno à sala de aula ocorreu aos 55 anos de idade e agora já estou prestes a me formar. Mas, essa jornada não foi simples ou fácil de ser encarada, pois sofremos muita pressão e muito julgamento pelo fato de partirmos para uma área nova depois de uma carreira constituída”, disse.