OAB/SE participa de Seminário sobre o Serviço da Abordagem Social do Município de Aracaju

Nesta quinta-feira, 4, foi realizado no auditório da Caixa de Assistência dos Advogados de Sergipe (CAASE), o Seminário sobre o Serviço da Abordagem Social do Município de Aracaju. O evento foi promovido pela Prefeitura Municipal de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe (OABSE), através da Comissão de Direitos Humanos.

A vice-presidente da OAB/SE, Ana Lúcia Dantas Souza Aguiar, representou o presidente Inácio Krauss, no evento. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE, José Robson Santos de Barros e o membro do Núcleo de Políticas Sociais da Comissão de Direitos Humanos, George Costa, também estiveram presentes.

Na oportunidade, Ana Lúcia Aguiar destacou que a Ordem no seu papel de guardiã e defensora dos princípios constitucionais, notadamente na defesa dos direitos humanos, não poderia ficar de fora desse chamamento. “Acolher e defender os nossos irmãos moradores de rua é uma missão de cada um de nós”, ressaltou.

Ana Lúcia citou irmã Dulce ao falar do acolhimento. “Ela dizia que não poderia fechar a porta da sua obra assistencial para aquele pobre que ali batia porque aquela era a última porta que ele tinha esperança de ser aberta e que com certeza aquele pobre que batia a sua porta buscando ajuda era o Cristo”.

Acolhimento

Conforme a vice-presidente, no momento em que se despreza o que é a valorização do ser humano o seminário traz justamente uma reflexão contrária de dizer que é momento de se unir , de dar as mãos e de acolher.

“A OAB se sente muito lisonjeada em saber que vai estar juntamente com o poder público municipal, com as sociedades civis constituídas para desenvolver políticas públicas e verificar quem são os nossos irmãos e irmãs que estão nas ruas e acolhe-los. Que cada um de nós a partir desse seminário possa ao sair na rua olhar para aquele irmão e não lhe apontar o dedo pensando ser um marginal, um drogado, um ladrão, mas principalmente que saia pensando que se trata de um ser humano que precisa de amor e acolhimento”.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB, Robson Barros, afirmou que o Seminário foi o primeiro evento realizado em parceria com a Secretaria Municipal da Assistência Social de Aracaju.

Parceria

“É uma parceria que está dando certo. O Núcleo de Políticas Sociais da Comissão de Direitos Humanos já está diretamente engajado com a Assistência Social do Município de Aracaju, fazendo trabalhos de diligências “in loco” em várias situações, e neste evento, trouxe aquilo que a sociedade não quer ver, que é a invisibilidade dos moradores de rua. São pessoas que têm seus direitos fundamentais – moradia, alimentação digna, ao respeito como ser humano – violados pelo fato da sociedade não enxerga-los”, disse.

Robson ressaltou que o evento foi o primeiro passo no sentido de convidar todas as instituições que devem se manifestar e se posicionar a respeito para que as pessoas em situação de rua saiam da invisibilidade e passem a ser enxergadas pela sociedade como seres humanos dignos e que detêm direitos previstos em nossa constituição.

O secretário Municipal da Assistência Social, Antônio Bittencourt, disse que o Seminário foi de suma importância por representar a reafirmação do compromisso do município com ação social de tamanha envergadura que diz respeito à população em situação de rua.

Abordagem

“Efetivamente essa população é a que mais precisa dos nossos serviços, por isso a gente fica muito feliz em realizar esse seminário, em apresentar a sociedade como são feitos esses serviços, em reafirmar parcerias com instituições tão valiosas e comprometidas como a OAB e a Defensoria Pública do Estado de Sergipe”, ressaltou.

De acordo com Bittencourt, o seminário marca um tempo importante de reorganização e de ampliação de um serviço tão valioso como é esse serviço de abordagem. “Temos nas ruas de Aracaju em torno de nove equipes de abordagem composta por técnicos da área de assistência social, psicologia e educadores sociais, e a gente tem as mais diversas experiências de homens e mulheres que foram “resgatados” para que a gente pudesse restabelecer os vínculos de cidadania dessas pessoas” , pontuou.

O educador social e membro do Núcleo de Políticas Sociais da Comissão de Direitos Humanos da OAB, George Costa, foi palestrante do seminário. Ele falou sobre a sua experiência na abordagem social. Segundo ele, a abordagem social é um serviço relevante. “Infelizmente a sociedade ainda encara o morador de rua como alguém que está na sua porta, na sua calçada incomodando, que tem que ser excluído dali e tem que ser institucionalizado, e necessariamente não tem que ser assim. O que a gente quer mostrar com esse evento é que existe uma rede socioafetiva onde as pessoas da comunidade também podem cuidar desses moradores de rua. Muitas vezes é opção dele viver na rua e ele tem esse direito”, afirmou.

Mesa solene

A mesa foi composta pelo secretário Municipal da Assistência Social, Antônio Bittencourt, pela vice-presidente da OAB/SE, Ana Lúcia Aguiar, pelo presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE, Robson Barros, pelo defensor público Sérgio Barreto Morais, pela representante dos usuários dos serviços da Secretaria Municipal da Assistência Social, Marisa Santos de Jesus, pela representante do Consultório na Rua da Secretaria Municipal da Saúde, Aline de Oliveira Ribeiro, pela representante do Programa Justiça Presente em Sergipe do CNJ/PNUD, Isabela Cunha,  pelo presidente da Funcaju, Cássio Murilo, além de representantes do Conselho de Psicologia e do Sindicato dos Educadores Sociais.