OAB/SE participa de audiência pública sobre Assédio Sexual no Meio Acadêmico

A Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe (OAB/SE), por meio da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM), participou nesta quarta-feira, 27, no auditório do Campus de Nossa Senhora do Socorro do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Sergipe (IFS) da audiência pública para tratar do assédio no meio acadêmico. A audiência pública teve como tema o “Assédio Sexual no Meio Acadêmico: ações efetivas para prevenção e enfrentamento”. O evento foi promovido pelo Ministério Público Federal e a OAB/SE, através da CDDM. O objetivo da audiência pública foi conscientizar a comunidade acadêmica e aperfeiçoar o tratamento dada à violência de gênero nas universidades e Institutos Federais de Educação . Do MPF/SE participou a procuradora Regional dos Direitos do Cidadão, Martha Figueiredo.

A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM), Adélia Moreira Pessoa, foi palestrante do evento. Segundo ela, a educação é a via para alcançar a transformação dos padrões culturais sexistas que são as verdadeiras causas do assédio sexual que ainda teimam em persistir, em pleno século XXI.
“Sempre repetimos que não bastam as leis. Há necessidade de que o direito seja realmente efetivado na vida quotidiana para que cessem os constrangimentos da mulher e ela tenha direito de estar e ocupar todos os espaços, exercitando sua liberdade”, salientou Adélia.

A representante do Coletivo de Mulheres e integrante da CDDM, Gilda Diniz, revelou que as mulheres sofrem muito quando o assunto é questão de gênero. “Temos dificuldade de trabalhar, de estudar e dentro das dificuldades tem esse que é o tema específico da audiência pública: o assédio sexual no meio acadêmico”, enfatizou.

De acordo com Gilda Diniz, as mulheres integrantes do Coletivo enquanto sociedade civil sentiu necessidade de se unir para poder falar. Ela disse que participou como palestrante de um evento com o público estudantil e ficou horrorizada com a quantidade de denúncias que chegavam. “Procuramos o Ministério Público Federal e falamos com procurador Ramiro Rockenbach à época que as meninas estavam deixando de estudar por conta de assédio, o que é extremamente grave”, ressaltou.

Conforme Gilda, talvez para quem já é adulta seja mais fácil lidar com isso, mas para uma menina, uma estudante, lidar com esse assunto é muito difícil. “Por isso que a gente precisa tanto do apoio da sociedade civil, como da OAB/SE e do MPF, que são instituições que têm a possibilidade e a competência para cobrar. Na verdade, a gente quer que o assédio não aconteça e tem que enfrentar o problema”, disse.