Desafios da advocacia dativa são comuns em diversos municípios de Sergipe

Os desafios da advocacia dativa são comuns em diversos municípios de Sergipe. Em audiência pública realizada em Lagarto, nesta segunda-feira, 22, advogados e advogadas relataram problemas usuais em outras regiões: honorários aviltantes, nomeações não democráticas, etc.

Na ocasião, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Inácio Krauss, abalizou a união da advocacia como a principal ferramenta para a construção e concretização da regulamentação dos profissionais que, em todos os graus de jurisdição, exercem a defesa de necessitados.

“Se nós queremos estabelecer uma resolução única para regulamentação da advocacia dativa, precisamos nos unir. Dativas e dativos são braços sociais e todos nós somos advogados e advogadas, que precisam exercer o múnus público com respeito e dignidade”, conclamou.

O advogado da Região, Adailson de Jesus Santos, também falou sobre a necessidade de integração entre advogados e advogadas em prol da dignidade e valorização da classe. “Precisamos nos unir e ter em mente que nós não somos concorrentes, e sim colegas”, disse.

Promovida pela OAB/SE, através da Comissão de Apoio à Advocacia Dativa, a audiência já foi realizada também nos municípios de Aracaju, Estância, Nossa Senhora da Glória e Propriá. O intuito da entidade é buscar a regulamentação dos dativos sergipanos após ouvir a classe.

Além de relatar obstáculos como parâmetros não democráticos para nomeação de advogadas e advogados dativos, a advocacia presente às audiências relatou o arbitramento de valores irrisórios, o pagamento moroso à classe e a necessidade de fixação da tabela de honorários.

Em Lagarto, a classe denunciou, sobretudo, ausência de critérios democráticos em nomeações, profissionais que recebem mais que outros em uma mesma Comarca e honorários aviltantes. Para a advogada dativa, Verônica Santos Dantas, devem ser extintos quaisquer privilégios.

“São diversos os problemas. Às vezes só somos nomeados se chegarmos bem cedo à Comarca; a gente vê advogados recebendo mais que outros; e, além disso, o tempo em que atuamos no processo não é considerado de maneira justa no arbitramento de nossos honorários”, contou.

O presidente da Comissão Regional de Lagarto, Alex Sandro Nascimento, ponderou que são frequentes as reclamações sobre os desafios impostos aos dativos. Ressaltou que o intuito da OAB, de buscar democratização em honorário, nomeação e pagamento, é um grande avanço.

Também estiveram presentes à audiência e ponderaram desafios e sugestões, o presidente e a vice-presidente da Comissão de Apoio à Advocacia Dativa, Kim Noronha e Taíse Andrade; e o presidente da Comissão de Combate ao Aviltamento dos Honorários da OAB/SE, Cândido Dortas. A audiência será realizada ainda em Itabaiana, no dia 02 de maio.