Mês da advocacia em Sergipe será iniciado com Webnário Tereza de Benguela 

O mês da advocacia em Sergipe será iniciado com o Webnário Tereza de Benguela – Mulheres negras gestoras públicas de todos os cantos. O Dia do Advogado e da Advogada é celebrado anualmente em 11 de agosto e todo o mês contará com uma programação especial.

O webnário ocorrerá nos dias 3 e 4 de agosto e é idealizado pela Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, através das comissões de Igualdade Racial; de Liberdade Religiosa; de Defesa dos Direitos da Mulher; e da Verdade sobre a Escravidão Negra em Sergipe.

No dia 3, o evento acontecerá das 19 às 21 horas. No dia 4, das 14 às 16 horas; e das 19 às 21 horas. Haverá rodas de conversa que discutirão os temas “mulheres negras gestoras de terreiro”, “interiorização da política de igualdade racial”; e “política e gestão pública”.

“É um evento de extrema importância, que iniciará nossas programações do mês da advocacia com grande força e significância. Que eventos como este sejam cada vez mais frequentes, cumprindo a grande missão da OAB em ser plural”, afirma o presidente da OAB, Inácio Krauss.

Ênfase

Serão palestrantes no evento as gestoras públicas pretas Giselma Omilê, Patrícia Matos, Lourdes Santana, Acácia Santos, Laila Oliveira, Sônia Oliveira, Marleide de Nascimento, Edicélia Maria, Silvana Rodrigues dos Anjos, Glaci Lopes, Ana Cristina de Santana, Maria do Socorro Guterres, Lucy Góes, Zelma Madeira, Elza Neves Lopes, Sandra Sena e Goreth da Silva Pinto.

“O webnário assumiu o compromisso de publicizar e ampliar a consideração sobre o trabalho que essas mulheres negras desenvolvem em todo o país como gestoras de políticas públicas de promoção da igualdade racial. São 17 mulheres negras do Norte, Nordeste, Sul, mestras, doutoras, pesquisadoras, artistas, sacerdotisas, dentre tantas outras características”, disse o presidente da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra em Sergipe, Ilzver Matos.

“Com protagonismo político no enfrentamento ao racismo contra a população negra e os povos tradicionais, em especial quilombolas, indígenas e povos de terreiro, essas são mulheres que seguem os passos de Tereza de Benguela – que comandou a estrutura política, econômica e administrativa do Quilombo do Quariterê no Século XVIII – cujos rostos refletem a coragem, capacidade, inteligência e habilidade ancestral da mulher negra na gestão da coisa pública”.

Importância social

“A realização do webnário é mais uma atividade de extrema importância social que a OAB/SE e suas comissões vêm desenvolvendo nesse momento onde tem sido tão salutar reconhecer e enaltecer a história de tantas rainhas e bravas mulheres negras que têm seus legados ligados à história do nosso país. Para além de revisitar a memória de lutas e conquistas destas mulheres, este momento é também para aprender com o protagonismo de tantas ‘Terezas’ espalhadas pelo nosso Brasil”, disse o presidente da Comissão de Liberdade Religiosa, Douglas Lima.

“O webnário Tereza de Benguela é um marco institucional na OAB/SE. Ver o conhecimento e a vivência da mulher negra ganhar visibilidade e reconhecimento dentro dessa instituição é a prova que a OAB/SE está sempre na vanguarda da promoção dos direitos humanos. Tereza de Benguela, assim como as palestrantes desse evento, foi liderança negra. Esse evento honra a herança quilombola e espero que vire tradição institucional”, abalizou a coordenadora do GT “Raça, Gênero e Etnia” da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, Carla Caroline Silva.

Reconhecimento da luta

“A Lei 12.987/2014, sancionada por Dilma Rousseff instituiu a data de 25 de julho como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra, e veio corrigir a desigualdade e fazer justiça à história de luta de grandes mulheres negras que foram exemplo de resistência e determinação. Tereza é uma destas mulheres que mereceu este referencial de homenagem. Ela assumiu o quilombo, se torna líder e é nesta liderança que negros e indígenas resistiram à escravidão por cerca de 20 anos”, considerou a vice-presidente da OAB/SE, Ana Lúcia Aguiar.

“Ainda há muito a se reparar às mulheres negras. Não basta a sororidade, tem que haver igualdade. Viva às bravas mulheres guerreiras negras brasileiras. Viva à rainha Tereza de Benguela. Viva à Esperança Garcia, à Wanda Rita Othon Sidou, à Dandara dos Palmares, à Carolina Maria de Jesus, à Maria Felipa de Oliveira, à Antonieta de Barros e muitas outras heroínas que são exemplos de força, coragem, determinação e resistência”, completou Ana.

“A iniciativa da OAB/SE em realizar o webnário é um grande avanço. Um dos nomes que outrora esquecido pela história nacional, durante os últimos anos vem se destacando graças ao engajamento de mulheres negras, pois a homenageada Tereza de Benguela – mulher, negra, que foi escrava, se tornou rainha, liderou quilombo de negros e de índios, e deixou um exemplo de luta. É preciso enaltecer os símbolos de luta como heroínas negras. Tereza é uma delas”, abalizou a presidente da Comissão de Igualdade Racial, Monalisa Djean.