Encerramento do ciclo de palestras para a mulher advogada aborda empreendedorismo na advocacia

Além de abordar a atuação, os desafios e as prerrogativas da mulher advogada na pandemia, o ciclo de palestras realizado nesta quinta-feira, 17, pela Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, contou com o debate de sete especialistas sobre o empreendedorismo na advocacia.

A discussão encerrou o ciclo de palestras e contou com a abertura da presidente da CAA/SE, Hermosa França, e as explanações de Andréia Araújo, Monalissa Dantas, Isabelle Santiago e Tatiane Goldhar. As mediações foram realizadas por Cadu Siqueira e Thiago Noronha.

Cadu Siqueira mediou o debate que contou com as palestras de Andréia Araújo, presidente da CAA Piauí, e de Monalisa Dantas, presidente da CAA Rio Grande do Norte. “Para mim é grande aprendizado estar aqui entre tantas mulheres admiráveis e advogadas aguerridas”, afirmou.

Dando início às explanações, Andréia Araújo considerou os desafios ao exercício da profissão, que ficaram ainda maiores devido à pandemia. Além disso, a palestrante falou sobre a participação e ocupação das mulheres nos espaços de poder e decisão, especialmente na OAB.

“Nesse evento temos três presidentes mulheres de Caixas de Assistência e no Brasil. Ao todo, no sistema OAB brasileiro, entre 54 gestores, cinco são mulheres. E nós três estamos aqui representando nossa força. Falamos por 500 mil advogadas em todo o país”, afirmou Andréia.

“São 500 mil mulheres advogadas que precisam compreender seu valor e carecem de nós, que nos propusemos a compartilhar nossos conhecimentos e levantar bandeiras necessárias. Precisamos que essas 500 mil mulheres ouçam nossa voz e sejam multiplicadoras”, ponderou.

Monalissa Dantas, presidente da CAA RN, abordou o empreendedorismo em uma análise dos desafios da mulher durante a pandemia. “A vida da mulher foi bem mais atingida durante a pandemia. Há dados que informam que a maior parte das demissões foi de mulheres”.

“Já havia uma grande responsabilidade dos afazeres domésticos colocada em cima da mulher, mas com a pandemia isso aumentou. A mulher passou a ter que gerenciar em um só ambiente a casa, o trabalho e os filhos e isso resultou na baixa produtividade de mulheres”, afirmou.

“Digo que o empreendedorismo é a saída para que a mulher tenha sua liberdade e mostre ao mundo que é possível administrar e realizar diversas atividades ainda que seja em ambiente único – que é, na pandemia, a sua casa. Mas isso é difícil porque ainda há muito machismo”.
O segundo bloco do debate contou com as palestras de Tatiane Goldhar, conselheira federal da OAB/SE e master coach, e Isabelle Santiago, conselheira seccional da OAB/SE e membro da Comissão Especial de Gestão, Empreendedorismo e Inovação do Conselho Federal da OAB.

A mediação das discussões foi realizada por Thiago Noronha Vieira, presidente da Comissão de Direito Privado e Empreendedorismo Jurídico da OAB/SE. “É uma honra de participar de um evento com tantas mulheres brilhantes. A advocacia precisa continuar quebrando barreiras”.

Isabelle Santiago, conselheira seccional da OAB/SE e membro da Comissão Especial de Gestão, Empreendedorismo e Inovação do Conselho Federal da OAB, foi a primeira a falar no segundo bloco de discussões. Ela fez uma análise acerca dos paradigmas que há no início da carreira.

“Infelizmente, o meio acadêmico ainda não prepara de fato a advocacia para o ingresso no mercado de trabalho. A gente entra na profissão o obtém resultado diferentes do que imaginávamos”, disse. Isabelle falou ainda que a advocacia precisa ter expertise.

“A gente tem que ter em mente que qualquer pessoa é um cliente em potencial. Geralmente família e amigos são primeiros clientes e como nos vender para pessoas próximas? É preciso mostrar que a gente estuda, se atualiza, etc. É preciso ver oportunidades de ganchos iniciais”.

Em seguida, Tatiane Goldhar, conselheira federal da OAB/SE e master coach, abordou os desafios de empreender na advocacia feminina – em uma sociedade ainda patriarcal e maculada pelo machismo. Ela falou sobre as características e ações para empreender.

“Nós, advogados e advogadas, não fomos preparados. Nós aprendemos a empreender errando e superando os desafios no dia a dia da profissão. Mas empreender nada mais é que enxergar as oportunidades, superar obstáculos e trazer soluções para os problemas”, considerou.

“Há algumas características que podemos desenvolver para empreender: ter perfil otimista com foco na solução dos problemas, na obtenção de resultados positivos; ser confiante e resiliente; saber administrar a ansiedade; etc. Talvez você não saiba que possui essas características, mas ainda não as exteriorizou. Às vezes a própria vida vai nos lapidando”, disse.