Curso de Letramento Racial e Antirracismo abre celebrações do Julho das Pretas na OAB/SE

A Ordem dos Advogados do Brasil- Seccional Sergipe (OAB/SE) deu início as comemorações ao Julho das Pretas – mês dedicado a honrar a força, a resiliência e as contribuições essenciais das mulheres negras – com a realização do curso de capacitação “Do Letramento Racial ao Antirracismo”, no plenário da Ordem, na última quinta-feira, 11.

Durante todo o mês de julho várias ações serão realizadas para conscientizar a sociedade sobre a importância do combate ao racismo e sexismo. Este ano o Julho das Pretas tem como tema a ‘Celebração dos Corpos Negros Femininos’ e o objetivo é derrubar barreiras sociais e valorizar a beleza da mulher negra.

“Ao valorizar e exaltar os nossos fenótipos e os nossos corpos, nós estamos trazendo essa questão do letramento e consciência racial que é para todos, pessoas brancas ou pretas. Esse Julho das Pretas é para mostrar que nós mulheres negras celebramos os nossos corpos, nossos fenótipos, nosso colorismo, porque nós carregamos e valorizamos a nossa matriz africana. Além disso, reafirmar à sociedade sergipana que desvalorizar o que é racismo e minimizar a dor causada em uma ação racista, é afastar de nós a nossa humanidade e nosso direito de nos sentirmos doloridos e violados”, explica Clara Arlene Ferreira, diretora da OAB/SE e procuradora-geral da Procuradoria Especial da Mulher da Seccional.

O presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB/SE, Carlos César Zuzarte, destaca que a luta por igualdade e conhecimento pelas causas raciais é uma pauta importante da Ordem, que assume esse protagonismo como transformadora social. E diante disso, a instituição trará durante o mês de julho capacitações e eventos voltados para o letramento racial e o antirracismo.

“O objetivo é trazer tanto para a advocacia, quanto para a sociedade a necessidade de entender e reconhecer o racismo a partir do momento que você passa por ele. As pessoas muitas vezes acreditam que o racismo só acontece quando você é ofendido diretamente e, na verdade, não é assim. É preciso conhecer alguns conceitos para poder compreender melhor essa questão racial do Brasil, entender o que é o racismo e como ele acontece, para poder identificar e reprimir”, pontuou.

Eventos

Dando continuidade as ações do Julho das Pretas, no dia 26, das 14 às 20h, no auditório da Caixa de Assistência dos Advogados de Sergipe (CAASE), acontecerá o Workshop Afrobeleza com oficinas de turbantes, maquiagem, penteados, exposição de joias e roupas africanas e um desfile valorizando a beleza negra. O evento é gratuito, aberto a sociedade e a inscrição pode ser feita no site da Escola Superior da Advocacia de Sergipe – ESA/SE (www.esasergipe.com.br).

“Faremos uma exposição da beleza africana com uma mescla da afro brasileirismo, buscando de fato a nossa identidade. O evento é gratuito, aberto a toda sociedade e as meninas que quiserem desfilar deverão fazer sua inscrição no site da ESA/SE”, explicou Zuzarte.

No dia 29 acontece o curso de capacitação com o tema “Do Letramento Racial ao Antirracismo – Educação para reexistir”, na cidade de Estância. O evento é voltado para conselheiros e membros da Ordem.

Julho das Pretas

O Julho das Pretas foi criado em 2013 pelo Instituto Odara, em Salvador (BA), com o objetivo de celebrar a luta e as conquistas das mulheres negras, além de conscientizar a sociedade sobre a importância do combate ao racismo e sexismo.

No dia 25 de julho se comemora o Dia Internacional da Mulher Negra, Afro-Latino-Americana e Caribenha, e foi escolhido também para homenagear Tereza de Benguela, uma líder quilombola que viveu no Brasil no século XVIII. Ela foi a primeira e única mulher a governar um quilombo independente na América Latina.

Por Innuve Comunicação
Ascom OAB/SE