Conferência Nacional da Advocacia: conselheira federal da OAB/SE fala sobre violência sexual infantil

Em uma palestra realizada na XXIII Conferência Nacional da Advocacia Brasileira, a conselheira federal e presidente da Comissão da Infância, Adolescência e Juventude da Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, Glícia Thais Salmeron, afirmou nesta terça-feira, 28, a necessidade de um trabalho interdisciplinar efetivo no atendimento às vítimas de violência.

Em sua fala, Glícia abordou o abuso sexual de crianças e adolescentes e a revitimização à qual às vítimas são submetidas no sistema de inquirição judicial e extrajudicial. “Muitas vezes, não é contemplado ou garantido aquilo que é direito das vítimas, como o atendimento imediato, o não afastamento da família e a garantia de estar na escola”, ressaltou a conselheira federal.

Ao falar sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que deverão orientar as políticas nacionais e as atividades de cooperação internacional pelos próximos 15 anos, Glícia reafirmou a preocupação da OAB com o crescimento dos casos de exploração sexual-comercial infantil.

Segundo a presidente da Comissão, os dados do Disque 100 afirmam que as meninas são maioria no número de vítimas de abuso e exploração sexual no país. Além disso, o Brasil está entre os primeiros países do mundo com o maior número de casos de casamento infantil.

“É muito triste que a gente tenha que trazer à tona esses dados e abordar temas como esse ao invés de estar discutindo as questões relacionadas à prevenção, aos direitos das crianças e dos adolescentes, ao fortalecimento das ações nas famílias mais vulneráveis, etc”, desabafou.

A palestra, que abordou ainda as medidas de proteção, de prevenção e de promoção dos direitos e a necessidade do empoderamento das crianças e adolescentes como sujeitos de Direito, foi realizada durante o Painel 9 da XXIII Conferência Nacional da Advocacia Brasileira.

Na ocasião, participaram também o diretor da Universidade FUMEC, Antonio Marcos Nohmi, que falou sobre adoção; a coordenadora da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil, Marinalva Cardoso Dantas, que discorreu sobre o trabalho infantil; o representante do Instituto Alana, Guilherme Perisse, que apresentou o projeto Prioridade Absoluta; o advogado, Ariel de Castro Alves, que tratou sobre as medidas socioeducativas; e o procurador de Justiça, Wanderlino Nogueira Neto, que falou sobre a Política de Atendimento à Criança e Adolescente.