Curso prepara advocacia para prática da audiência trabalhista no pós-reforma

A Escola Superior de Advocacia (ESA) promove até amanhã, 31, um curso sobre a prática da audiência trabalhista no pós-reforma, com intuito de preparar advogados e advogadas para todo o processo, desde o atendimento ao cliente às razões finais.

A qualificação teve início na noite desta quinta-feira, 30, e abertura foi realizada pela vice-diretora da ESA, Silvana Farias. “O propósito do nosso trabalho é contribuir para o aprimoramento jurídico no Estado, realizando eventos que estimulem o debate de temas atuais e pertinentes ao exercício da advocacia”.

Coordenador de Pós-Graduação da ESA, Max Dória, salientou a relevância da capacitação. “É um curso de extrema importância para os advogados e advogadas que atuam na área trabalhista, tanto os recém formados quanto os que possuem anos de experiência porque, com a reforma, houve uma mudança geral. Então, está todo mundo começando do zero”.

Sobre o Curso

Ministrado pela advogada Ingrid Wernick, especialista em Direito Trabalhista e Previdenciário, o curso discutiu o atendimento, os tipos de audiência, a apresentação de contestação e documentos, a impugnação, a inversão do ônus da prova e razões finais.

“A graduação prepara pouco para audiência e eu digo, com muita tranquilidade, que ela é um dos exemplos mais importantes que existem no processo de trabalho. Por este motivo, é preciso estar pronto para realizá-la”, frisou.  

Segundo Ingrid, a reforma acentuou a necessidade de conhecer melhor o cliente. De acordo com ela, há várias ferramentas que possibilitam esse conhecimento, a exemplo da Programação Neurolinguística (PNL), uma técnica que ajuda a criar e manter um vínculo de confiança com outras pessoas. 

“Não se entra mais com reclamação trabalhista pelos direitos do reclamante, mas sim por aqueles que você pode provar. Neste sentido, é ainda na entrevista com o cliente que o advogado ou advogada deve saber aquilo que é possível de ser comprovado. Porque o atendimento é início da preparação para audiência”.

Concluindo sua explanação, Ingrid pontuou que o profissional deve entender quais parâmetros ditam um bom acordo e olhar a sala de espera como espaço a ser utilizado ao seu favor.

“No momento em que o advogado está na sala de espera ele pode fazer um rapport, estabelecer um sincronismo com seu cliente e as testemunhas. Claro que é necessário saber a diferença entre instruir e preparar uma testemunha. Uma é crime e outra é lícita”, enfatizou.