Mais uma edição da “Assistência Jurídica às Mulheres em situação de Violência de Gênero” foi realizada

Foi promovida com sucesso mais uma edição do curso online “Assistência Jurídica às Mulheres em situação de Violência de Gênero”. A iniciativa foi realizada através da plataforma “Zoom”, nos dias 04, 05, 17, 18 e 19 de agosto, pela Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe.

A capacitação foi idealizada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher com o propósito de aprofundar o conhecimento da advocacia que atua na defesa dos interesses jurídicos da mulher em situação de violência de gênero, ampliando a compreensão acerca dos conflitos.

O curso se estruturou em módulos, abrangendo assuntos como violência doméstica e familiar contra a mulher na ótica interdisciplinar; reflexão sobre os desafios na realidade no dia-a-dia; contexto relacional; violência psicológica; aspectos processuais; entre outros temas.

Aprofundamento de debates e reflexões

Segundo a presidente da Comissão, Adélia Pessoa, o intuito do curso foi o aprofundamento de debates e reflexões quanto às especificidades da área e à assistência, proteção e combate à violência contra a mulher, sensibilizando a advocacia para uma atuação diferenciada.

“Buscamos o oferecimento de conhecimentos situando a violência de gênero em todas as suas formas, bem como fornecer suporte para identificação e encaminhamentos necessários para a otimização de sua atuação, de maneira ética, cidadã e eficiente”, explicou Adélia.

Para ela, a qualificação se faz vital pelo viés de promoção de uma causa social. “Apesar de a violência atingir qualquer classe social, voltamos o trabalho preferencialmente para capacitar a advocacia que trabalhe ou queira trabalhar na assistência jurídica dativa às mulheres”, arguiu.

Papel do Judiciário

O primeiro dia de realização da qualificação aconteceu no dia de agosto e abordou o tema “O papel do Judiciário no enfrentamento à violência contra a mulher”. Foram palestrantes na ocasião Rosa Geane Nascimento Santos, Sabrina Duarte Cardoso e Shirley Amanda Leite.

Com coordenação de Benicélia Lima, o espaço de debate trouxe à reflexão assuntos as construções culturais de gênero; caminhos possíveis de acolhimento às vítimas e suas famílias; ótica do Judiciário sobre os obstáculos no enfrentamento da violência doméstica; entre outros.

Lei Maria da Penha

No dia seguinte, 05 de agosto, os aspectos processuais relevantes, as Medidas Protetivas, o procedimento legal e os encaminhamentos necessários da Lei nº 11.340 (Lei Maria da Penha) foram questões levantadas pelo curso. A organização ficou a cargo de Bruna Menezes Carmo.

Foram expositoras na oportunidade Clarissa Lobo e Bruna Menezes. Jaqueline Santana dos Santos foi a debatedora do painel. Entre os temas explanados, o procedimento na esfera policial; a materialidade e prova no crime; a atuação da assistência jurídica qualificada; etc.

Novos paradigmas de enfrentamento

Alice Bianchini e Adélia Pessoa foram as palestrantes no dia 17 de agosto. Elas falaram sobre as alterações legislativas que impactaram direta ou indiretamente a Lei Maria da Penha, apresentando os principais desafios, além de casos práticos e alternativas factíveis.

Foram debatidas mudanças legislativas diversas: Lei 14.164/21, Lei 14.149/21, Lei 14.132/21, Lei 14.022/20, Lei 13.984/20, Lei 13. 964/2019, Lei 13.931/2019, Lei 13.894/2019, Lei 13.882/2019, Lei 13.871/2019, Lei 13.869/2019, Lei 13.836/2019 e Lei 13.827/2019.

Tipos penais de violência

Na tarde do dia 18, discutindo as especificidades da violência de gênero e os tipos penais da violência de gênero, as palestrantes Letícia Rocha, Claudia do Amaral Calmon, Mônica Antunes Rocha Rigo da Silva e Ana Carolina Machado Jorge aprofundaram questões relativas ao tema.

Elas explanaram sobre os crimes mais comuns de violência doméstica contra a mulher; lesão psíquica e outros; revitimização da mulher; providências iniciais que precisam ser adotadas na delegacia; BO, declarações e formulário de risco; e diligências iniciais necessárias.

Na noite do dia 18, a rede de atenção e enfrentamento à violência de gênero; as medidas de assistência à mulher e à família; as atribuições dos diversos órgãos e instituições; os encaminhamentos necessários; e os caminhos que estão sendo construídos foram abordados.

Ministraram explanações Carla Danielly Pereira, Cecilia Nogueira Guimarães Barreto, Fabíola Goes dos Santos, Iracy Ribeiro Mangueira Marques e Vanessa Barreto Vasconcelos Garcez Santana. As medidas de assistência à mulher e à família em situação de violência foram foco.

Ações cíveis e de família

No dia 19, os trabalhos tiveram coordenação de Acácia Gardênia Santos Lelis. Izabelle Ramalho, Acácia e Mário Luiz Delgado falaram sobre os principais motes relativos às repercussões da VDF nas principais ações de família, caminhos possíveis; e casos práticos.