Na noite desta quarta-feira, 02, a Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, por meio da Comissão de Direito Digital, Inovação e Tecnologia, colocou em debate a gestão de tempo e tecnologia, a robotização da advocacia e a era digital aplicada ao Código de Ética e Disciplina da OAB.
Vice-presidente da Comissão, Claudia de Mello Santos, abordou o tema “A Era Digital aplicada ao Código de Ética e Disciplina da OAB”, pontuando que o código não proíbe o uso dos meios digitais. Em sua fala, Claudia destacou os benefícios da tecnologia para profissão e os meios que podem ser utilizados pelos advogados para produção de um conteúdo informativo, a exemplo do blog e das redes sociais, e os excessos cometidos pela advocacia na internet, frisando que as mídias devem ser ferramentas para divulgação de temas de interesse público e não de propagandas do profissional e de seu escritório.
“O Código de Ética da OAB é realmente sucinto no que se refere à tecnologia, mas não veda a publicidade e sim a propaganda. Ou seja, ele não priva a advocacia de estar presente no mundo digital, pelo contrário, ele nos permite utilizar a tecnologia ao nosso favor, adquirindo clientes como consequência da produção de um conteúdo relevante para sociedade”, considerou Claudia.
Em seguida, a presidente da Comissão de Direito Digital, Milla Cerqueira Fonseca, ministrou a palestra “O advogado será substituído por um robô?”, que tratou das tendências tecnológicas que estão em evolução, apresentou o cenário e as categorias das principais Law/ Legaltechs existentes hoje no Brasil e no Mundo. De acordo com Milla, atualmente o Brasil possui mais de 57 empresas legaltechs, um número que tende a crescer, por este motivo, depende do profissional se manter presente no mercado, incorporando a tecnologia ao seu trabalho.
“Somos um país com uma cultura litigiosa, temos mais de 80 milhões de processos parados na justiça. Todos nós, advogados, sofremos com essa realidade e as legaltechs chegam para mudar esse quadro, sanando determinadas dores da sociedade, a exemplo desta morosidade do sistema, através de soluções tecnológicas”, afirmou Milla.
Encerrando as explanações, o secretário-geral da Comissão, Norman Araújo Filho, proferiu a palestra “Gestão de tempo e tecnologia”. Ao discutir a temática, Norman enfatizou que os advogados devem otimizar o uso dos meios digitais para melhorar sua vida profissional e pessoal. Para o palestrante, é fundamental ter autonomia para não comprometer o tempo que leve para desempenhar suas atividades diárias.
“Muitas vezes nos perdemos em atividades que não são, de fato, importantes. É necessário identificar o que precisa ser gerenciado no momento, ter um objetivo em mente, elencar prioridades. Para, a partir daí, focar na ação, tendo ciência da importância de seus resultados. Quando o advogado não prioriza suas atividades e realiza um trabalho manual mesmo já possuindo uma ferramenta eletrônica que tornaria mais rápido esse processo, ele perde tempo”, concluiu Norman.
A secretária-adjunta, Maria da Purificação Andrade, e o diretor-tesoureiro da OAB/SE, Sandro Mezzarano, a presidente do Conselho Estadual da Jovem Advocacia, Ercília Garcez, e o conselheiro seccional Roberto Baldo também participaram do evento.
Em busca da atualização
Advogado há 16 anos, Erivaldo Mendes, se inscreveu no curso com intuito de atualizar e aprimorar o trabalho na advocacia. “Achei interessantes as informações passadas pelos palestrantes. Sinto que foi uma luz, um ponto de partida para que eu possa iniciar uma atuação nas redes sociais e desenvolver melhor minhas atividades junto à sociedade”.
Jovem advogada, Letícia Lopes, acredita que mesmo os novos profissionais devem estar atentos e saber como usar as mídias em prol da advocacia. “Vivemos em uma época que é importante conhecer e se adaptar as mudanças tecnológicas que estão cada vez mais presentes em nossa profissão. O curso foi essencial neste sentido”.