Seminário aborda experiência da Ronda Maria da Penha na Bahia

Nesta segunda-feira, 28, o seminário “Gênero e Segurança Pública: A experiência da Ronda Maria da Penha” colocou em debate o trabalho policial na proteção das mulheres em situação de violência doméstica, tendo com base a atuação da ronda no Estado da Bahia.

Ministrado pela Major Denice Santiago, comandante da Ronda Maria da Penha na PM baiana, o seminário foi promovido pela Rede Nacional de Estudos em Segurança Pública (Renaesp-SE) em parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, através da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, e com o Laboratório de Estudos sobre Sociedade e Segurança da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Organizador do evento, o professor Marcos Santana, destacou que o encontro é “mais um exemplo do esforço que UFS vem realizando no sentido de oportunizar formação para os operadores do sistema de justiça criminal e, sem dúvidas, expressa um trabalho que é desenvolvido pela Renaesp-SE há mais de uma década”.

Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da OAB/SE, Adélia Pessoa, frisou a cabe a OAB zelar pela Constituição Federal e defender os direitos humanos. “Para nós, é uma honra ter firmado esta parceria com UFS para discutir este tema tão urgente que é a violência contra a mulher”, disse Adélia, complementando.

“Implantar a Patrulha Maria da Penha em Sergipe é um sonho que carregamos há vários anos e esperamos, em breve, poder concretizá-lo”, concluiu a presidente, recordando as diversas reuniões realizadas entre a Polícia Militar e a OAB/SE.

A RONDA

Iniciando sua palestra, a Major Denice Santiago ressaltou que a missão da Ronda Maria da Penha é possibilitar às mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, que estejam sob proteção do Estado, a salvaguarda da vida e a garantia dos direitos humanos.

Em seguida, Denice falou sobre a atuação, os projetos e peculiaridades da Ronda, apresentando o número de atendimentos às vítimas na capital do Estado, Salvador, e nos municípios de Juazaeiro, Feira de Santana, Paulo Afonso e Itabuna.

De acordo com a Major, mais de duas mil mulheres foram atendidas desde a criação da Ronda na Bahia, em março de 2015, até maio deste ano. “Além de proteger e salvar mulheres que correm risco de vida, a Ronda busca formar bases para que elas consigam construir um futuro melhor em um momento pós-agressão”, considerou Denice.

Segundo a policial, a Ronda Maria da Penha ainda se propõe a desenvolver ações que visam ressignificar a figura feminina na sociedade. “Há um trabalho de conscientização também. Porque por problemas estruturais como o machismo, mulheres morrem todos os dias no Brasil. Neste sentido, a atuação da Ronda, é importante não só para mulheres, mas para toda a sociedade”.