Lutar pelo direito de existir. Com essa bandeira, membros da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, saíram às ruas para repudiar a violência de gênero. O protesto foi promovido neste sábado, 21, pelo grupo Mulheres do Surf.
Segundo uma das organizadoras, Pritty Reis, os intuitos do ato eram de debater e conscientizar sobre as graves consequências que o machismo e o patriarcado acarretam na sociedade. “Uma colega surfista apanhou do namorado. Ficamos impressionadas e resolvemos fazer esse ato”.
A manifestação de repúdio promoveu uma roda de conversa e contou com as explanações da vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da OAB/SE, Valdilene Martins; da representante da Guarda Municipal, Vaneide Jambo; e da psicóloga; Mariza Almeida.
Em sua fala, Valdilene asseverou a desconstrução como uma das principais ferramentas de combate à violência e a discriminação contra a mulher. Para ela, é necessário, sobretudo, desnaturalizar a estrutura patriarcal e o machismo estrutural em todas as esferas sociais.
“A gente naturaliza muito o machismo e a violência porque nós achamos que não nos atingirá. Precisamos despertar a consciência de que isso não é natural, tanto nas mulheres que aceitam quanto nos homens que praticam, porque muitas vezes só estão replicando o que aprendem”.
“A palavra que lanço é desconstrução. A gente precisa desconstruir a cultura do machismo na base: a educação doméstica. Ela é um fator crucial para que essa cultura perpetue e nós, enquanto cidadãos, precisamos refletir sobre as nossas ações que acabam disseminado isso”.
O protesto ocorreu na praia Cinelândia. Além da roda de conversa, houve apresentação de dança com um grupo de mulheres e um show de Alex Santana e Diane Veloso.