Iniciar a carreira profissional costuma ser uma tarefa difícil. Para auxiliar a jovem advocacia a dar seus primeiros passos, a Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, promoveu na noite desta segunda-feira, 17, uma capacitação que abordou noções básicas da prática advocatícia na área criminal e nos juizados especiais cíveis, trabalhando ainda os conceitos e técnicas da sustentação oral.
Ao saudar os participantes, o diretor-geral da Escola Superior de Advocacia (ESA), Kleidson Nascimento, destacou que o propósito da instituição é difundir a cultura jurídica. “A ESA tem se empenhado em contribuir com o aprimoramento da advocacia sergipana, realizando cursos e pós-graduações sobre temas de relevância para nossa atuação”.
Advocacia Criminal
Professor de Direito e Processo Penal, Ívis Melo, abriu o curso com uma palestra focada em sua experiência na advocacia criminal, relembrando o começo da trajetória na área e os primeiros desafios vivenciados por ele enquanto advogado iniciante.
De acordo com ele, a conduta ética é indispensável para advocacia e advogado, mesmo diante dos receios de um recém ingresso na profissão, deve se manter altivo e se fazer respeitar. Segundo o professor, quem deseja se firmar na advocacia criminal precisa ter consciência de que a mesma lei que serve para punir também garante direitos.
“A sociedade tem o advogado criminalista como aquele que defende o criminoso, quando, na verdade, estamos ali para assegurar o direito de defesa e não propriamente para defender o crime cometido”, asseverou ívis.
Juizados Especiais
Militante no Direito Cível e do Trabalho, a advogada Luciana Moraes deu continuidade as explanações. Em sua fala, ela frisou que os profissionais da advocacia, especialmente os que almejam atuar nos juizados especiais cíveis, precisam conhecer bem o Código de Processo Civil.
Em seguida, Luciana citou algumas das vantagens dos juizados especiais, como a maior celeridade na resolução de conflitos, e considerou que é fundamental analisar com cuidado todo o processo, pontuando a necessidade de verificar as especificidades de cada caso.
“Existem conflitos do cotidiano que podem ser solucionados nos juizados especiais cíveis, a exemplo de cobranças de dívidas de condomínio. É função do advogado e da advogada distinguir quais ações podem ingressar no juizado e quais devem ser direcionadas a justiça comum”, explicou Luciana.
Sustentação Oral
Com a temática “sustentação oral”, a advogada e professora de prática e argumentação jurídica, Simone Xavier, encerrou as palestras da capacitação, apresentando conceitos e técnicas utilizados por advogados de renome, entre eles Edson Vidgal, ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça, e Sacha Calmon.
Para Simone, é importante trabalhar a oratória e executar exercícios de linguagem, pensando na possibilidade de usar a sustentação oral como instrumento de convencimento, sendo um aspecto que pode influir positivamente no processo no julgamento.
“Estudiosos ressaltam que para o advogado, além de dominar as leis, na tribuna é essencial saber passar um pouco de emoção em sua sustentação. Por isso, o olhar, o tom de voz e a vestimenta adequada são quesitos que devem ser considerados pelo profissional para obter a atenção do público e conquistar o resultado esperado”, enfatizou.