Romper o ciclo de agressão é o objetivo do Grupo Reflexivo para Homens Autores de Violência Doméstica, um projeto que é realizado desde 2012 pela Delegacia de Apoio a Grupos Vulneráveis do município de Lagarto. O primeiro ciclo de 2019 do projeto aconteceu nesta quinta-feira, 25, com a presença de representante da Ordem dos Advogados do Brasil.
A vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da OAB/SE, Valdilene Cruz Martins, acompanhou a realização do encontro e ponderou a iniciativa como fundamental para o enfrentamento contra a violência de gênero. Segundo a militante, a reabilitação e reeducação de homens agressores é um dos principais passos para prevenir a reincidência.
Valdilene alerta que a violência física – antes do feminicídio – é o último passo de um ciclo de agressões que começa com sinais ténues e que são naturalizados na sociedade. “Por isso é preciso trabalhar não só com a vítima, mas também com o agressor: os autores de violência devem saber identificar e modificar abusos tênues que praticam e levam a agressões físicas”.
A reunião contou com a participação de 38 homens noticiados por atos violentos contra mulheres. A delegada de atendimento a grupos vulneráveis, Ana Carolina Machado Jorge, é uma das idealizadoras do Projeto e conduz a primeira reunião de cada ciclo. Ana abordou os principais motes relacionados à Lei Maria da Penha e propôs uma reflexão sobre o assunto.
Com reconhecimento nacional, o projeto tem suas atividades desencadeadas através dos direcionamentos da Delegacia de Apoio a Grupos Vulneráveis/Delegacia de Atendimento Especializado a Mulher (DAGV/DEAM), responsável pelos encaminhamentos das mulheres vítimas de violência doméstica e pelos agressores noticiados após as audiências de mediação.
A coordenadora municipal de Políticas Públicas para Mulheres, Cristiane Soares de Oliveira, atua junto aos grupos e é responsável pelo acolhimento, orientação, encaminhamentos, cadastros e acompanhamento de mulheres e homens inseridos no projeto. Além disso, faz a articulação com a rede de serviços municipais e monitora a evolução dos participantes.
Além de professores da Universidade Federal de Sergipe (parceira do projeto), de servidores municipais e outros convidados, estiveram presentes também Érika Leite, presidente do Conselho Estadual de Direitos da Mulher de Sergipe; a representante da Procuradoria da Assembleia Legislativa, Manuela Dias; e Stefany Sousa, diretora do Departamento de Defesa da Cidadania e Direitos Humanos/SEMOP.