Neste 3 de dezembro, data em que é celebrado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, a live promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, através da Comissão de Acessibilidade e dos Direitos da Pessoa com Deficiência, abordou o tema “Nem todas as deficiências são visíveis”. A transmissão do evento aconteceu via facebook, com acessibilidade em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS – através do intérprete Alisson Farias, bem como legenda automática e descrição, e já está disponível, também, no Youtube.
A live contou com a abertura da presidente da Comissão de Acessibilidade e dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB/SE, MSc. Kamila de Souza Gouveia, a explanação foi ministrada pelo convidado Luiz Eduardo Oliva, advogado e ex-secretário de Direitos Humanos e Cidadania do Estado de Sergipe, e mediada pela vice-presidente da Comissão, Eugênia Luiza dos Santos.
Em sua palestra, Luiz Eduardo realizou uma breve abordagem histórica, relembrando avanços e lutas travadas no século XX. Segundo ele, o século XXI traz a necessidade de efetivar os direitos consolidados no século XX, marcado por duas grandes máculas: as guerras mundiais.
“Atualmente, estamos no combate para fazer valer direitos básicos, que, para as pessoas com deficiência, ainda estão sendo construídos. Estamos vivendo a continuidade do século 20, que consolida os direitos após haver duas grandes guerras nas quais valores se perderam”, disse.
“Os valores se perderam tanto que as pessoas não respeitavam os seus semelhantes. Houve uma destruição em massa de pessoas e, apesar disso, estamos vivendo hoje em dia em um mundo com muito preconceito. Sobretudo em relação às pessoas com deficiência”, afirmou.
O palestrante ponderou sobre a sociedade estar vivendo na banalização do mal. “As pessoas com deficiência sempre foram objeto de bullying. Ninguém dava importância a elas. Havia na França uma “área dos invalidados”, que era para quem havia sido mutilado nas guerras”.
“As pessoas com deficiência só existiam. Eram chamadas de pessoas com portabilidade social. Eram vistas como pessoas incapazes e inválidas. E é fato de que há a invisibilidade de algumas deficiências. Às vezes a gente nem se lembra que outras pessoas não tem a visão, a exemplo”.
O ministrante defendeu que é preciso igualar as pessoas sob a compreensão de seus limites. “É preciso colocar as ferramentas para que as pessoas consigam viver sob seus limites. Um exemplo simples é de que eu não conseguiria dar essa palestra sem utilizar meus óculos”.
“É preciso entender que todas as pessoas têm seus limites e dar as ferramentas para que vivam com eles é o básico. As deficiências podem ser congênitas, adquiridas, podem surgir na velhice, etc. É preciso que a gente as enxergue e proporcione os instrumentos necessários”.
Ao final da live, a presidente da Comissão, MSc. Kamila de Souza Gouveia, ratificou que não existe sociedade sem as pessoas com deficiência, ressaltando a necessidade de interação social entre os cidadãos, agradeceu a explanação de Luiz Eduardo e o parabenizou pelo compartilhamento da lembrança do sergipano, natural de Japaratuba, Arthur Bispo do Rosário, um grande artista plástico com deficiência intelectual. “É com grande satisfação que tivemos o senhor conosco neste evento, realizado em um dia tão importante. Finalizar esse registro com a memória do sergipano Arthur Bispo do Rosário é ainda melhor”.