Nessa segunda-feira, 3, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe (OAB/SE), Inácio Krauss, por intermédio da Comissão de Direitos Humanos – Núcleo de Saúde, recebeu a visita dos professores do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Sergipe, integrantes do Grupo de Pesquisa em Instrumentação Eletrônica da UFS, e idealizadores do Projeto Spirandi – um sistema de ventilação não-invasiva, cuja finalidade é auxiliar o tratamento de pacientes com quadro leve ou moderado de falta de ar associado à Covid-19. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE, Robson Barros, e a coordenadora do Núcleo de Saúde Welma Mendonça, também participaram do encontro que visa o apoio da instituição através da sua Comissão de Direitos Humanos.
Na oportunidade, os professores pesquisadores explicaram o objetivo principal do projeto e também salientaram a importância da máscara que possui baixo custo, fácil montagem e pode operar utilizando gases fornecidos pelas linhas do hospital e por cilindros ou ainda conectado a um ventilador mecânico. Segundo eles, unidades hospitalares de Sergipe já receberam as máscaras e estão utilizando.
De acordo com o presidente da OAB/SE, Inácio Krauss, nesse momento difícil pelo qual a sociedade está passando é muito importante apoiar e divulgar ações de cunho científico que ajudam à população de forma direta. “Estamos passando por uma situação crítica com essa pandemia e temos que dar espaço para projetos como esses que visam salvar a vida das pessoas que estão acometidas pelo Coronavírus”, ressaltou.
Busca de apoio
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE, Robson Barros, revelou a importância do Projeto Spirandi e o quanto já contribui para salvar vidas em nosso estado mesmo carente de infraestrutura já realizou a doação de mais de 100 máscaras com ajuda de com ajuda de vakinhas e de outras instituições. Ao longo da pandemia a CDH vem realizando parcerias com vários projetos e ações solidárias, sendo esta mais uma importante parceria que a OAB-SE apoia. “Daí a importância da OAB em apoiar iniciativas como esta. O investimento na ciência é indispensável, principalmente nesse momento”, ressalta.
Coordenadora do Núcleo de Saúde ressalta que projetos como este são comumente desenvolvidos em nosso Estado e precisam apenas de apoio e reconhecimento. A Spirandi surgiu em um momento muito delicado da pandemia para somar forças no combate a covid-19 e tem sido uma alternativa reconhecidamente eficiente e eficaz.
O professor do Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal de Sergipe e integrante do Grupo de Pesquisa em Instrumentação Eletrônica da UFS, Tarso Vilela Ferreira, disse que trouxe o Projeto Spirandi para o conhecimento da OAB com o objetivo de buscar apoio tanto na divulgação quanto no intermédio com outros parceiros e entidades que tenham interesse em apoiar a iniciativa.
Segundo ele, recentemente o projeto passou da marca de cem máscaras produzidas. “As máscaras estão sendo efetivamente utilizadas nas unidades de saúde do Estado, com eficácia comprovada. Os fisioterapeutas respiratórios têm gostado muito dos efeitos que as máscaras Spirandi estão proporcionando”, afirmou.
Doação
Conforme explicou o professor a fabricação das máscaras é feita a partir de doações e também toda a produção é doada para as unidades de saúde. “Não há ninguém ganhando com a comercialização”, afirmou.
Tarso Vilela disse ainda que quem tiver interesse em apoiar e ajudar ao Projeto Spirandi deve entrar em contato através do site www.spirandi.org e pelo instagram @spirandi_ . “Nesses dois canais é possível encontrar formas de fazer doação e apoiar”, enfatiza.
O idealizador da máscara, professor José Carvalho, disse que ao longo de dez meses foi aprendendo e refinando a ideia original da máscara até chegar ao modelo existente hoje. “É um modelo que foi pensado para ser barato, fácil de limpar, de sanitizar e que pudesse ser montado de maneira rápida e com itens que a gente encontra facilmente no mercado nacional. A máscara é reutilizável, quase tudo é autoclavável e pode ser usado uma infinidade de vezes”, salientou.
De acordo com o professor, o tempo de produção da máscara é definido em função dos fretes e da demora nos prazos de entrega dos materiais. “A montagem em si é bastante rápida, menos de cinco minutos”, disse. Ele informou ainda que o custo de produção da máscara varia entre R$300 e R$350.