A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, através do Grupo de Trabalho “Mulher e Participação Política”, colocou em debate na última segunda-feira, 22, a presença feminina na sociedade e o exercício de poder e de liderança das mulheres no Brasil. O encontro reuniu representantes de diversos setores da sociedade para traçar ações que em prol da igualdade de gênero e pelo fim do machismo.
De acordo com a secretária da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, Niully Campos, a proposta do evento surgiu diante da necessidade de agregar profissionais ao trabalho executado pelo o grupo “Mulher e Participação Política”. “Realizamos esta reunião, porque entendemos a importância de pensar, em conjunto, no desenvolvimento de ações que possam, efetivamente, promover a entrada da mulher nos espaços de decisão, de forma equânime, igualitária”, destacou a advogada, continuando.
“Apesar de vivenciarmos todo esse movimento de empoderamento feminino, fruto de muita luta, quando analisamos os números na prática, no que se refere a espaços políticos, sejam eles partidários ou não, a posição das mulheres nos espaços de poder e decisão ainda é diminuta se comparada a dos homens”, pontuou Niully.
Segundo a advogada, os encaminhamentos feitos na reunião marcam o início de um grande trabalho em busca da igualdade de gênero. “A preparação de liderança de jovens mulheres e adolescentes, que pretendemos executar junto as escolas, a promoção de cursos voltados para o empoderamento feminino, a proposta de realização de audiência pública e de uma marcha para o mês de março são alguns dos encaminhamentos definidos durante o encontro”, ressaltou.
Durante o encontro, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da OAB/SE, Adélia Moreira Pessoa, falou sobre a participação da mulher na política partidária e a construção de demandas e identidades que extrapolam partidos políticos e processos eleitorais. A presidente defendeu o maior espaço à mulher na política como consequência de leis de ações afirmativas. Em sua fala, Adélia questionou as causas da tímida presença das mulheres em cargos políticos eletivos e os recortes que devem estar presentes na sociedade.
Para coordenadora da Marcha Mundial das Mulheres de Sergipe, Márcia Meireles, o empoderamento feminino é fundamental para garantir mais representatividade das mulheres na sociedade. “Nosso objetivo é debater o empoderamento para que possamos ocupar mais espaços nos sindicatos e na política. Porque, apesar de estarmos em maior número, possuímos menos representantes nestes ambientes. Eu, por exemplo, estou diretora do Sindicato de Radialistas de Sergipe e lá são 24 vagas, apenas três ocupadas por mulheres. Se olharmos para Câmara de Vereadores e para Assembleia Legislativa vamos notar que a situação é similar, as mulheres ainda são minoria entre os políticos”.
O encontro contou com a participação de membros da Frente Parlamentar dos Direitos da Mulher da Câmara de Aracaju e da Assembleia Legislativa, além de representantes de movimentos sociais e da população.