Em busca de promover a justiça social e atenta à árdua realidade de desigualdade e de discriminação, a Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, vive um momento histórico. Nesta segunda-feira, 21, o presidente da entidade, Henri Clay Andrade, empossou o presidente e a vice-presidente da Comissão da Verdade sobre a Escravidão Negra no Estado.
Além de fazer um resgate histórico do período escravocrata sergipano, a Comissão tem os propósitos de elaborar e propor políticas públicas em reparação à população negra. Presidida pelo conselheiro federal da OAB/SE, Kleber Rênisson, e pela conselheira seccional da Ordem, Joyce Angeli, a Comissão tem a missão de contribuir nos processos de formação social.
Na ocasião, o presidente da Comissão afirmou que a posse representa um crivo histórico no Estado e na trajetória da entidade. “A OAB/SE conseguiu lançar mais uma vez um representante negro em um espaço que é predominamente branco. Nós precisamos discutir a realidade, tentar resgatar a história e traçar políticas proativas que possam reparar esse mal”.
De acordo com o presidente da entidade, a ideia de criar a Comissão surgiu da necessidade de fomentar a consciência negra em todo o país e em todas as gerações. “A OAB/SE se orgulha em ser uma seccional que criou uma Comissão da Verdade para o resgate da história e da memória da escravidão negra no Estado e espera que essa ideia se espraia por todo o Brasil”.
Para a vice-presidente da Comissão, essa criação é fundamental para, sobretudo, reafirmar a indispensabilidade do respeito ao outro. “Como mulher, como negra e como advogada, posso dizer que essa pesquisa é extremamente importante para todas as pessoas da sociedade. Todas as raças e etnias devem ser respeitadas desde o nascimento”, asseverou Joyce.