I Encontro Entardecer com as Mulheres Advogadas da OAB/SE discute os desafios da classe

A Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe (OAB/SE) por meio da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM) realizou na última sexta-feira, 14, o I Encontro Entardecer com as Mulheres Advogadas. O evento aconteceu à tarde, no hall de entrada da Ordem, e contou com a participação de advogadas, de conselheiras federais e seccionais, de integrantes de Comissões Temáticas e da Diretoria da OAB/SE.

Em um clima bastante informal, durante uma roda de conversa, no encontro foram debatidos os desafios da mulher advogada e os problemas que a classe encontra no dia a dia do exercício da profissão e nas demais atividades que realizam.

A presidente em exercício da OAB/SE, Ana Lúcia Aguiar, realizou a abertura do Encontro chamando a atenção para a importância do papel da mulher advogada na sociedade e na instituição OAB. Segundo Ana Lúcia, a participação da mulher advogada nas comissões temáticas e no Conselho da Seccional Sergipe é de fundamental importância. “A representação feminina na OAB tem crescido bastante e é graças à relevância das ações e engajamento das mulheres que elas vêm conquistando cada vez mais espaços na Ordem e na sociedade”, afirmou.

Ela também aproveitou para convidar a todas as mulheres presentes a participar da III Conferência Nacional da Mulher, que acontece nos dias 5 e 6 de março, em Fortaleza, Ceará. “A nossa Seccional tem que se fazer presente e participar dos debates que serão travados durante a Conferência”, enfatizou.

Desafios

A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, Adélia Moreira Pessoa, agradeceu a presença de todas as colegas advogadas no encontro e também ressaltou a relevância da participação das advogadas sergipanas na III Conferência Nacional da Mulher, reforçando o convite feito pela presidente em exercício, Ana Lúcia Aguiar.

Segundo Adélia Pessoa, durante o evento também foram apresentadas coletivamente propostas da Seccional para as comemorações do Mês da Mulher, celebrado em março.

A presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de Sergipe (CAASE), Hermosa França, também destacou a iniciativa de reunir as mulheres advogadas para falar dos desafios da carreira e de assuntos de interesse comuns. Ela disse que para ela foi um prazer participar de mais uma reunião promovida pela OAB e pela CDDM para discutir os rumos da mulher advogada no ano de 2020. “Sempre prazeroso participar e encontrar com colegas que querem trabalhar em prol da mulher advogada sergipana”, revelou.

A conselheira federal da OAB/SE, Glícia Salmeron, ressaltou a importância da iniciativa da CDDM e também a grande presença das mulheres que fazem parte da atual gestão do Conselho Seccional da OAB/SE que se reuniram para estimular a participação das mulheres advogadas na 3ª Conferência Nacional da Mulher Advogada que vai se realizar na cidade de Fortaleza, no próximo mês de março.

Pertencimento

“Foi um momento muito rico porque todas as mulheres presentes tiveram fala e pudemos externar não só o sentimento de pertencimento do nosso papel enquanto mulher e advogada na atual gestão presidida por Inácio Krauss e toda a sua Diretoria, mas, sobretudo fazer uma prestação de contas enquanto mulher advogada, enquanto conselheira federal e dando a nossa Seccional de Sergipe o destaque que merece. Nós tivemos a oportunidade de dizer as advogadas que estavam conosco na tarde de sexta-feira o quanto a nossa Seccional é importante diante de tantas outras Seccionais que tem um número muito maior de advogados e advogadas, o quanto a nossa Seccional de Sergipe é respeitada, mas que tudo isso é fruto de um trabalho, do conhecimento, do preparo, da possibilidade de compreensão do quanto é importante nos empoderarmos, conhecermos a instituição, os provimentos, os regulamentos e saber o nosso papel diante do contexto que existe hoje no Brasil”, declarou.

A conselheira federal Tatiane Gonçalves Miranda Goldhar também disse que o evento foi um momento de partilha, de desafios e conquistas da mulher advogada. “Foi também um momento de conscientização do nosso papel na advocacia, da necessidade de desenvolver nossas habilidades e vencer nossos medos para ocupar espaços estratégicos na advocacia da atualidade”, salientou.

A advogada Rosenice Figueiredo Machado revelou que o I Encontro Entardecer com as Mulheres Advogadas foi muito importante. “Advogadas de todos os dígitos reuniram-se para discutir sobre a mulher advogada: seus problemas e desafios. Militando numa profissão onde o embate, ainda é a tônica, muitas desistem de fazê-lo, algumas sucumbem no meio do caminho e outras tantas seguem firmes na peleja, colecionando vitórias, sacrifícios e histórias de preconceitos. Sim!Todas nós temos histórias para contar. Você quer ser uma advogada? Prepare-se! O caminho é árduo, mas é prazeroso. Estude a lei, investigue o caso e, principalmente, esteja certa de quem você é. Nada amedronta uma mulher segura de si. O autoconhecimento, a elaboração dos nossos traumas e medos, o aperfeiçoamento de nosso ser…esse é o caminho. Faça terapia, invista no seu corpo espiritual e segue”, afirmou.

Fortalecimento da classe

A advogada Stefany Sousa Santos revelou que são inúmeros os desafios enfrentados pela mulher advogada. Segundo ela, no cotidiano da advocacia, dentro dos departamentos, a mulher sofre os mais diversos tipos de abusos e preconceitos puramente pelo gênero, ou seja, pela condição de ser mulher. “É algo corriqueiro nas delegacias, por exemplo, ocorrer o tratamento diferenciado entre advogados e advogadas. E quantos outros exemplos podemos citar?”, frisou.

Stefany Santos defendeu que é necessário o fortalecimento de classe, a prática da empatia e o alinhamento de interesses entre as mulheres advogadas, e a OAB, como instituição, tem papel fundamental na proteção das prerrogativas e empoderamento na caminhada dessas mulheres. “Espaços como o de hoje são de extrema importância para a troca de experiências e para mostrar, cada vez mais, a importância da união feminina, pondo fim no estigma da competição entre mulheres”, pontuou.