A sala da Escola Superior de Advocacia (ESA) estava lotada de advogados, advogadas, estudantes, espíritas e de pessoas interessadas na discussão do tema do IV Encontro entre Direito e Espiritismo, que nesta edição abordou “O Código Penal da Vida Futura”. O evento foi promovido pela Associação Jurídico-Espírita do Estado de Sergipe (AJE/SE), com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe (OAB/SE), por meio da ESA, e da Federação Espírita do Estado de Sergipe (FEES).
De acordo com o diretor-geral da ESA, Kleidson Nascimento dos Santos, o encontro é fruto de uma parceria de sucesso que vem sendo realizada desde o ano de 2015. Segundo ele, a OAB/SE e a ESA apoiam a realização desse evento que traz à luz a reflexão sobre o bem-estar pessoal, profissional, o crescimento espiritual sem discussões propriamente religiosas. “O que se discute aqui são os caminhos e os propósitos de uma vida de solidariedade, de caridade, que fazem qualquer pessoa, sobretudo o profissional da advocacia, uma pessoa melhor. É uma alegria muito grande recebe-los aqui em nossa casa e proporcionar que a advocacia possa abrir novos caminhos”, ressalta.
O diretor-geral da ESA destacou ainda a importância do tema abordado. “Em toda edição há o debate de uma temática diferente e desta vez foi discutido ‘O Código Penal da Vida Futura’ que analisou os reflexos da nossa conduta aqui nesse plano. Foi uma oportunidade de refletir sobre as relações entre o Direito e o Espiritismo”, afirmou.
O Direito e o Espiritismo
A conselheira federal e presidente da Associação Jurídico-Espírita do Estado de Sergipe, organizadora do evento, Tatiane Gonçalves Miranda Goldhar, disse que o encontro tem o objetivo de promover debates, esclarecimentos e estudos acerca da relação entre o Direito e o Espiritismo.
Tatiane Goldhar afirmou que todo ano os palestrantes são diferentes e que é dada preferência aos operadores do Direito. “Este ano fizemos um formato diferente, que foi uma roda de debate com os próprios integrantes da AJE, que fazem os estudos mensais conosco”, salientou.
Sobre o tema “O Código Penal da Vida Futura” ela revelou que se trata de um capítulo de uma obra de Alan Kardec intitulada “O céu e o inferno”. “São 33 itens que nós estudamos que abordam temas como livre arbítrio, sofrimento, imperfeições da alma, reparação, arrependimento, expiação e justiça divina, e ao abordar esses assuntos a gente consegue esclarecer o mecanismo de justiça divina e o que a justiça humana poderia agregar em termos das leis divinas e melhorar as nossas capacidades de regeneração, de reparação de nossos erros, inclusive as normas jurídicas, que tratam desse assunto”, enfatizou.
A presidente da AJE ressaltou o apoio da OAB, através da ESA. “Somos muito gratos ao presidente Inácio Krauss e ao diretor da ESA, Kleidson Nascimento que sempre nos concede esse espaço para a realização do encontro. Entendemos que dentro do sistema OAB a gente consegue um público maior porque reúne os espíritas, os curiosos, os simpatizantes, aqueles que querem conhecer as obras de Kardec e o movimento espírita sergipano”, disse.
Público
A estudante de Direito, Maria Luiza Prachedes Franca, disse que gostou muito do encontro. Ela destacou a temática abordada. “Achei o evento maravilhoso até pelas explanações que estão sendo feitas sobre a história do espiritismo e a ligação entre a Doutrina Espírita e o Direito e o tema “O Código Penal do Futuro”, que me chamou muito a atenção”, revelou.
O estudante de Direito e espírita, Mário Freire, afirmou que o evento foi uma excelente oportunidade de aprofundar conhecimentos e perceber as relações que existem entre a doutrina e a prática jurídica do ponto de vista filosófico. “Foi uma iniciativa muito importante e superou as minhas expectativas”, declarou.
A advogada e membro da Comissão de Mediação, Conciliação e Arbitragem da OAB/SE, Simone Xavier, revelou que o encontro foi muito bom para que pudesse compreender não só a questão do Direito, mas também a relação que há com a espiritualidade. “Como os palestrantes falaram, nós temos que nos preocupar não somente com as leis da terra, mas com as leis divinas que também são importantes. É imprescindível ter o respeito ao próximo, a consciência de que temos sempre que nos colocar no lugar do outro, a empatia, foram alguns dos aspectos abordados e que nós precisamos entender. Não basta só estudar o Direito, precisamos também ter um pouco mais de humanismo”, afirmou.