O auditório da Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, foi palco nesta quarta-feira, 31, de um debate sobre os direitos da pessoa humana e a necessidade do exercício da cidadania.
“É preciso conscientizar que as pessoas são iguais e a OAB/SE tem esse papel. Felizmente, a Ordem já tem uma visão muito à frente em relação à causa”, considera a presidente da Comissão de Diversidade Sexual da entidade, Tereza Cristina dos Santos Andrade.
A discussão integrou a IV Semana de Visibilidade Trans em Sergipe, que visa amplificar iniciativas que promovam inclusão e reconhecimento social da população LGBT.
Segundo a representante da Articulação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), Bruna Benevides, o combate à transfobia é um dos maiores desafios à efetivação do direito à vida das pessoas trans. Em 2017, foram registrados 179 assassinatos de travestis e transexuais.
“Parece que somos todos inimigos quando, na verdade, nós estamos simplesmente lutando por cidadania e respeito. É importantíssima a visibilidade trans para que a gente possa fazer circular de que essa não é uma luta por privilégios, mas sim por direitos que são negados”.
Para a militante e idealizadora da Semana de Visibilidade em Sergipe, Linda Brasil, são imperiosas políticas públicas de inclusão da população trans em todos os setores da sociedade.
Linda lembra que os travestis e transexuais, além de sofrerem com a violência e o desrespeito diariamente, ainda possuem grande dificuldade de acesso à educação e ao trabalho. Segundo a militante, o fato está relacionado ao machismo e ao patriarcado arraigados na sociedade.
“Um dos maiores desafios é ir de encontro ao conservadorismo, que não consegue respeitar e compreender as diversidades, principalmente em relação à identidade de gênero. É preciso combater o patriarcado e a educação é vital para que haja sensibilização e conscientização”.
Até esta sexta-feira, 2, a Semana da Visibilidade Trans, realizada pela Associação e Movimento Sergipano de Transexuais e Travestis, promove debates, oficinas e performances com o intuito de refletir e questionar o tratamento que a justiça e a sociedade destinam às pessoas trans.