Kakay: sinto-me representado pelo Presidente da OAB/SE


Durante sua palestra na Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, o advogado criminalista, Antônio Carlos de Almeida Castro (Kakay), afirmou que se sente representado pelo presidente da OAB/SE, Henri Clay Andrade, “pela iniciativa de levantar a bandeira de defesa das garantias fundamentais e por seu discurso na defesa das liberdades e da democracia”. “Coloco-me como soldado para enfrentar fileiras na luta iniciada pela OAB/SE pela defesa das liberdades e da advocacia.” disse.

Na abertura do evento, Henri Clay defendeu o princípio do contraditório e da ampla defesa e afirmou que a entidade envidará ainda mais esforços em combate à violação das prerrogativas. Em agosto a OAB/SE lançará o Movimento Garantista, que defenderá o livre exercício da profissão. “A OAB tem como prioridade a defesa das prerrogativas e dos direitos e garantias fundamentais do cidadão. Nós temos por missão diária a luta por igualdade e por um processo equânime e justo”.

Conhecido como advogado das grandes causas criminais, Kakay é advogado de 11 políticos e empresários investigados pela operação Lava Jato. Para ele, diante do atual cenário do país, é necessário refletir sobre a importância da advocacia criminal. “Há um processo crescente de criminalização da advocacia, um momento em que só existe um tema no Brasil, em que só se fala na Lava Jato de forma punitiva”, considerou.

Em sua palestra, Kakay abordou as necessidades de uma ampla defesa efetiva e de um debate sobre a preservação das prerrogativas da advocacia. “É essencial fazer com que os advogados tenham uma inserção na discussão nacional. Nós vivemos um momento de espetacularização do processo criminal e isso é muito grave. A mídia opressiva faz com que os processos saiam do leito normal, onde não existe uma paridade de armas entre acusação e defesa”, afirmou.

Para o advogado criminalista e secretário-geral da OAB/SE, Aurélio Belém, a palestra instigou o espírito de coragem da advocacia. “Essa foi uma palestra brilhante, que clareou e estimulou o espírito do advogado na busca da liberdade e da defesa de suas prerrogativas. Isso toca fundo no advogado e remexe o instinto que às vezes está adormecido, trazendo de volta a vontade de lutar e a coragem tão valorizada por Sobral Pinto: não podemos ser covardes”, considerou.

Presente à palestra, a advogada criminalista e membro da Comissão de Direitos Humanos, Pâmela Salmeron, acredita que, a iniciativa de criar o Movimento Garantista demonstra a coragem da atual gestão da OAB/SE. “Como diz Henri Clay, as prerrogativas são da sociedade e não dos advogados. Sem as prerrogativas, o advogado não consegue lutar pelos direitos de seu cliente. Por isso, a defesa das prerrogativas dos advogados é uma questão séria e urgente. O enfrentamento dessa realidade mostra a coragem dessa gestão e cumpre com um dos compromissos de campanha”, disse.