A Ordem dos Advogados do Brasil convidou uma médica oncologista e uma paciente curada do câncer de mama para falarem no Webnário “Outubro Rosa: tratamento e cura”. O evento aconteceu nessa quarta-feira, 14, e abordou prevenção, diagnóstico e eficácia do tratamento.
As convidadas do encontro promovido virtualmente foram Karina Ferreira, membro titular da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica e oncologista Clínica do Hospital Universitário; e Marcela Nabuco, publicitária e coordenadora do Grupo de Apoio Flores de Aço.
Em alusão ao outubro rosa – campanha de conscientização sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama – o webnário foi idealizado pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher e pela Caixa de Assistência dos Advogados de Sergipe.
O evento contou com a abertura solene da secretária-geral adjunta da OAB/SE, Andrea Leite; a presidente da Comissão, Adélia Moreira Pessoa, e a presidente da CAA/SE, Hermosa França. A mediação foi feita pela coordenadora do GT “Saúde da Mulher” da Comissão, Andréa Góes.
“É com alegria que a OAB/SE, através dessa Comissão tão aguerrida e atuante, traz para toda sociedade, o debate sobre esse tema. Este mês é voltado à saúde da mulher, relembrando a necessidade de voltar nossas atenções ao cuidado e à prevenção”, considerou Andrea Leite.
Em sua fala, Hermosa França ressaltou a significância das presenças de Karina Ferreira e Marcela Nabuco. “Com toda a certeza as convidadas passarão um grande ensinamento com relação ao diagnóstico e ao tratamento do câncer através de experiências pessoas e profissionais”, disse.
Karina, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia, Chefe do Setor de Oncologia do Hospital Universitário e Diretora Clínica da Vitta Centro de Oncologia, deu início às explanações explicando quais os principais sinais de alerta do câncer de mama: caroço palpável; mamilo com características diferentes; lesões indolores; etc.
“Há grande preocupação com lesões que doem, mas a maioria dos nódulos diagnosticados com câncer de mama são lesões indolores. De modo geral, os sintomas são detectados pela própria mulher, mas o indicado é que a partir de 40 anos ela faça mamografia anualmente”.
“Na mamografia, conseguimos ver lesões mais incipientes, que não são palpáveis. Para mulheres mais jovens, que foi o caso de Marcela Nabuco, a gente sugere o acompanhamento periódico de ginecologista, para que ele acompanhe e consiga identificar preventivamente”.
Em seguida, Marcela Nabuco falou um pouco sobre sua experiência como uma mulher que venceu o câncer de mama. “Eu descobri o câncer em 2017. Tinha 32 anos de idade. Estava tomando banho e senti um nódulo na minha mama direito. Doía bastante e queimava”.
“Nos primeiros exames que fiz deram como um nódulo benigno, mas havia algo dentro de mim que me dizia que eu precisava refazer os exames e refiz. O laudo deu positivo para células malignas. Quando a gente pega um diagnóstico de câncer soa como o ultimato da vida”, disse.
“Sempre fui dona de mim e das coisas ao meu redor. Era eu que resolvia as coisas. Então com o diagnóstico, a primeira coisa que pensei foi ‘quantos dias eu tenho de vida para poder deixar tudo encaminhado?’. Indo aos médicos eu fui percebendo que a associação à morte não há”.
“Quando eu consegui perceber as coisas ao redor e notei o quanto de há vida no câncer. Percebi que eu não ia morrer. Eu tive muita sorte de não ter tido nenhum problema burocrático em meu tratamento, mas sei que essa é uma realidade bem rara”, contou.