Representantes da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, ministraram palestra na última sexta-feira, 29, sobre a violência de gênero. As palestrantes foram Adélia Pessoa, presidente da Comissão, e Valdilene Martins, vice-presidente. As explanações foram realizadas no Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região.
Na abertura do evento, a presidente do TRT20, Vilma Leite Machado Amorim, falou sobre a importância de colocar o tema em evidência. “Combater a violência contra a mulher é uma luta diária e contínua. O evento é de batalha e de conscientização. Nós não vamos conseguir fazer nada se não tivermos os homens conosco, queremos caminhar lado a lado”, afirmou.
A palestrante Valdilene Martins alertou sobre os relacionamentos abusivos que, por não serem marcados por violência física, em algum momento, a mulher se sente protegida e o controle é confundido com cuidado. “Este tipo de relação é muito perigoso. A tendência é aumentar. Quanto antes esse ciclo for quebrado pela mulher, maior facilidade ela terá de sair”.
“Eventos como estes são importantes para esclarecer e alertar porque depois dessas palestras, muitas pessoas percebem que estão sofrendo violência ou até os homens se despertam e percebem que praticam alguma violência”, considerou Valdilene.
A equidade de gênero foi abordada pela palestrante Adélia Pessoa, que destacou a importância do momento para refletir e desconstruir os estereótipos, preconceitos e mitos que ainda permeiam a sociedade. “Atualmente existe uma igualdade na lei e está muito claro que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Entretanto, na realidade social, temos ainda muitas discriminações, preconceitos, estereótipos”, explanou.
“No trabalho, nós temos ainda os chamados guetos ocupacionais, áreas em que a mulher predomina, como as áreas de cuidado, enquanto o homem sempre é direcionado para áreas de exatas, tecnologia, etc. Estamos caminhando no sentido de melhorar essa situação através da reflexão, de um trabalho em todos os espaços, e a OAB soma-se ao TRT para isso”, disse.
A presidente da Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas em Sergipe, Ana Rita Faro Almeida, ressaltou a importância desse tipo de discussão para esclarecer o que significa o feminismo. “As pessoas costumam colocar o feminismo como antônimo do machismo, o que não é. O feminismo busca uma equidade, com direitos e oportunidades iguais entre gêneros”.
O evento também foi marcado pelo lançamento da política de equidade de gênero e pela assinatura do Ato que institui o Programa de Assistência à Mãe Nutriz no TRT20, que tem o objetivo de incentivar o aleitamento materno por meio da redução da jornada de trabalho para seis horas diárias, até o último dia do mês em que a criança completar 18 meses de vida.
Fonte: TRT20