OAB/SE entrega a 1ª carteira com nome social no Dia Internacional de Luta Contra a LGBTQIAP+Fobia

A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional de Sergipe entregou na noite da última terça (17/05), à advogada Moni Porto, a primeira carteira com nome social expedida por esta seccional. A entrega aconteceu durante o seminário do ‘Dia Internacional da Luta Contra a LGBTQIAP+Fobia’, realizado pela Comissão de Direitos LGBTQIA+ no plenário da Ordem.

A carteira credencial foi entregue pela secretária-geral adjunta da OAB/SE, Clara Arlene Ferreira, na presença dos membros da Comissão idealizadora do evento, da vereadora de Aracaju, Linda Brasil, bem como amigos e familiares de Moni Porto.

Quando perguntada, qual seria o sentimento de ser a primeira advogade da Seccional de Sergipe a receber a credencial com nome social, Moni Porto descreveu o peso e alegria desta conquista. “É um peso muito grande, porque pode ser algo que dê muito certo, como também dê errado. A sociedade é muito preconceituosa e o mundo Jurídico muito formal. Então, muitas vezes sofremos embate profissionalmente.” Sobre receber a credencial no Dia Internacional da Luta Contra a LGBTQIAP+, a advogade falou: “Eu acho que o fato de ser no dia de hoje acaba sendo um marco maior, porque hoje é o dia da luta contra a LGBTQIAP+fobia. Mas, acho que isso também significa que podemos estar em qualquer espaço. A partir do momento que a gente passa a ter uma carteira que tenha nosso nome, nossa identidade, a gente pode se sentir pertencente nessa comunidade jurídica”, ressaltou Moni.

A secretária-geral adjunta da OAB/SE, Clara Arlene Ferreira, destacou a importância deste passo para Ordem “Para OAB Sergipe é um dia memorável. Um dia que rompe as barreiras do preconceito, da intolerância, da falta de conhecimento, e esse requerimento realizado dia 09/02/2022 traz pra OAB a certeza que as portas da instituição estão abertas para todos. Para aquelas ditas minorias, que não são tão pequenas, saberem que outras pessoas virão, além de buscar e requerer seus direitos, como a inclusão do nome social nas suas carteiras profissionais, e isso traz renovação, traz esperança, a certeza que estamos no caminho certo, que esse é o caminho da inclusão, do respeito, do amor ao próximo e que a instituição, enquanto um braço social, está exercendo de fato a sua missão”, pontuou Clara.

A vereadora de Aracaju, Linda Brasil, falou sobre o significado desse dia para comunidade “Então é um dia de luta e resistência pra gente poder mostrar à sociedade que nós podemos sim ocupar todos os espaços, que nós somos sujeitos e sujeitos de direitos. Isso faz com que as pessoas comecem a desconstruir estereótipos em relação às nossas vivências e nossos corpos, mas também um dia pra gente afirmar as nossas conquistas, pra gente poder colocar e mostrar para sociedade que hoje, graças a Deus, a gente já conseguiu algo. Conquistamos vários direitos e isso contribui para que as pessoas repensem, ressignifiquem seus comportamentos e assim a gente possa celebrar esse dia, não sendo apenas mais um dia de combate LGBTQIAP+ fobia, mas um dia pra gente falar de amor, de diversidade, de respeito e é isso”, destacou Linda.

O presidente da Comissão de Direitos LGBTQIA+ da OAB/SE, Carlos Henrique de Lima Andrade, salientou a importância do evento perante a advocacia e a sociedade civil. “O dia de hoje representou a luta. A gente não comemora nada hoje. A gente tem um dia como símbolo de lutas e grito. Grito para a sociedade e para as instituições de que chega da gente sofrer LGBTfobia”, disse Carlos Henrique.

Ainda de acordo com o presidente da Comissão, desde 1990, quando foi retirada a homossexualidade do hall de doenças, a comunidade LGBT+ não comemora esse dia. Eles realizam atos de luta e resistência, para que possam levar essa mensagem à sociedade e instituições (inclusive à OAB), para que os direitos das pessoas LGBTQIAP+ possam ser respeitados.

O presidente da OAB de Sergipe, Danniel Costa, mesmo estando em viagem institucional, fez questão de homenagear o momento histórico afirmando em vídeo que “não estamos apenas entregando um carteira profissional para a colega e advogada Moni Porto. Estamos entregando, acima de tudo, a esperança! A esperança para a advocacia e toda a sociedade! Porque, cada vez mais, precisamos mostrar que somos iguais, independentemente do nosso gênero ou orientação sexual. Somos todos iguais! E, para comprovar isso, contem com o nosso esforço e dedicação. Vocês jamais estarão sozinhos novamente”, encerrou Danniel.

Por Innuve Comunicação
ASCOM DA OAB/SE