A Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, realizou, nesta terça-feira, 18, a entrega dos prêmios do III Concurso Cultural de Desenhos, Pinturas e Poesias da instituição. O certame teve o objetivo de fomentar a produção artística entre crianças e adolescentes das escolas públicas do Estado, incentivando a discussão sobre o resguardo de direitos fundamentais da sociedade. Os estudantes selecionados foram agraciados com medalhas e brindes e prestigiados com a presença de familiares e professores.
Idealizada pela Comissão dos Direitos da Infância, Adolescência e Juventude, a edição deste ano teve como tema “Os 28 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente: Olhar por meio da arte” e buscou direcionar a produção ao debate sobre cidadania e igualdade, gênero e violência, meio ambiente, proteção aos animais, liberdade religiosa e família. Jovens de diversos municípios sergipanos escolheram entre desenho, pintura ou poesia no momento da inscrição e foram organizados em três categorias – crianças de 06 a 10 anos; crianças e adolescentes de 11 a 14 anos e adolescentes de 15 até 18 anos incompletos.
Para Glícia Salmeron, presidente da Comissão organizadora do evento, a proposta visa o protagonismo da criança e do adolescente na expressão artística dos sentimentos de protesto, de amor e de afeto dentro de suas vivências. “Os traços dos meninos expressam aquilo que o adulto não enxerga, que o adulto não vê. Aquele olhar invisível que ainda é, para nós adultos, o olhar da criança. A vontade da criança e a expressão do desejo daquilo que ela quer, ou seja, um mundo melhor”, afirma destacando a importância da percepção do que está por trás dos trabalhos.
Sandro Mezzarano, diretor-tesoureiro da OAB/SE, explica que a instituição tem um papel fundamental na sociedade: “Realizar um tipo de evento como esse, em que crianças e adolescentes possam expressar e exercitar sua criatividade em torno de um tema que é muito importante para eles, que é o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente, é uma forma de não só fazer uma grande integração com esse público alvo, mas também fazê-los compreender os seus direitos e obrigações perante a legislação”.
O evento contou com a exposição dos desenhos e pinturas dos três primeiros colocados e as menções honrosas de cada categoria. Além disso, todas as poesias escolhidas foram recitadas pelos seus autores, solicitados a repetirem a leitura pela emoção que causaram no público. Como símbolo do reconhecimento pelo trabalho e talento dos estudantes selecionados, foram entregues medalhas, certificados cadernos e lápis de colorir, para estimular a continuidade na criação de arte.
Segundo Arlene Batista, secretária-geral da Comissão da Infância, Adolescente e Juventude, a organização não tinha a pretensão de impulsionar a competitividade entre os participantes, mas de aproximá-los à legislação que lhes compete – o ECA. Por isso, todos os colocados receberam a mesma premiação, enquanto os brindes cedidos pelas empresas parceiras do evento – seis tablets e diversos livros – foram encaminhadas aos jovens por sorteio. “O objetivo é a medalha e o certificado. Os brindes são um incentivo para que eles continuem escrevendo e desenhando”, evidencia Arlene.
Terceiro colocado entre os estudantes de 11 a 14 anos, Yuri Lisboa de Jesus é natural do município de São Cristóvão e conta que o professou indicou ele e mais um colega a participarem por levarem a poesia a sério. Seu poema premiado é sobre bullying e, para ele, poesia também exige uma pesquisa prévia sobre os assuntos abordados. “Primeiramente eu agradeço à minha mãe, ao meu professor, à minha diretora, pois se não fosse por eles, eu não teria chegado aqui hoje”, completa, animado.
A mãe de Yuri, Alessandra Lisboa Sacramento, de 28 anos, acredita na promoção do evento pelas oportunidade dadas a crianças como seu filho. Ela descreve o quanto o menino é estudioso e gosta de ler e escrever, demonstrando o orgulho pelo reconhecimento de seus esforços. “Para mim, foi um trabalho muito exemplar que o pessoal da OAB está fazendo”.
Outra mãe animada foi Joana Carvalho, 29. Sua filha, Maria Vitória da Conceição, ficou em segundo lugar na categoria B – de 11 a 14 anos – dos desenhos e pinturas. Feliz por ter sido premiada, a menina explica que sua professora a inscreveu. E a mãe conclui: “Ela gosta muito de desenhar. Tem um traço muito bonito e muito sensível. Para nós foi uma emoção isso ser reconhecido”.
Membro da Comissão promotora do concurso, Clair Munareto frisa que o número de inscritos cresceu em relação ao ano anterior, tendo cerca de 200 obras avaliadas. Para ela, o resultado do evento foi excelente, por mostrar o apoio dos pais, professores e coordenadores das escolas, reconhecendo o trabalho de organizar as inscrições. “Foi um trabalho maravilhoso. Fico muito satisfeita. Acho que cada ano estamos evoluindo na questão de atingir vários municípios e povoados, e isso é muito importante para o nosso estado – chegarmos em locais mais complicados, mas que todos conseguiram estar presentes aqui hoje”.