Atenta aos debates de interesse social e incentivadora de propostas que visam a construção de um país mais justo, a Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, esteve presente nesta sexta-feira, 01, no encerramento do fórum “Por um Brasil ético: o dinheiro público é da sua conta”, um ciclo de palestras realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE/SE).
Sob a temática “O impacto da corrupção na economia brasileira”, o economista Otaviano Canuto, diretor executivo do Banco Mundial para o Brasil, concluiu a série de explanações propostas pelo Fórum, iniciado no mês de junho e que contou com a participação dos juristas Carlos Ayres Britto, Luiz Flávio Gomes e José Eduardo Cardozo.
O vice-presidente da OAB/SE, Inácio Krauss, destacou a relevância do Fórum enquanto espaço de discussão e promoção de estratégias direcionadas ao combate à corrupção. “Projetos como este são de extrema importância na edificação de um país que respeita a constituição federal e zela pelos princípios da moralidade e da legalidade. Juristas e economistas palestraram no evento para nos lembrar que é preciso estimular a conduta ética na administração pública, porque esta é a chave para modificar a realidade brasileira”, considerou.
Ao classificar a corrupção como doença, Canuto afirmou que o tratamento é doloroso, mas os ganhos a médio e longo prazo recompensam as dificuldades imediatas. Para ele, a prevenção é a melhor forma de lidar com esta problemática.
“Precisamos caminhar na direção da prevenção contra esta mazela. É necessário ter transparência nos processos, rever os métodos de aquisição de bens e serviços pelo setor público, reforçar a prestação de contas e ter um sistema que pune quem é flagrado cometendo maus feitos. É fundamental ainda a existência de critérios que permitam a sociedade acompanhar os envolvidos nessas transações. Dessa forma, fica mais difícil esconder falcatruas e, consequentemente, se reduzir a atividade ilícita”, ressaltou o economista.
Para o conselheiro-presidente do TCE/SE, Clóvis Barbosa, o cenário atual do Brasil deve ser revisto. “Os modelos de política e administração pública existentes em nosso país precisam ser transformados. Hoje, no Brasil, a corrupção é a regra e a decência é a exceção. Precisamos reverter este quadro para privilegiar a ética e as boas práticas, tornando à corrupção algo distante”, frisou.