Nesta quinta-feira, 15, a Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, esteve presente ao ato realizado em Aracaju em homenagem à vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL-RJ) e ao motorista, Anderson Gomes, assassinados brutalmente na noite da última quarta-feira, 14.
Concentrados em frente à Câmara Municipal da capital sergipana, representantes da OAB/SE, manifestantes, estudantes e membros de sindicatos e da sociedade civil, entre palavras de ordem, cartazes, cantos e punhos cerrados ao alto, lamentaram e repudiaram o assassinato.
Em um discurso em defesa da efetivação da justiça social, o presidente da OAB/SE, Henri Clay Andrade, enfatizou a luta de Marielle pela igualdade e o combate tenaz ao abuso de autoridade e à violência existente nas comunidades do Rio de Janeiro.
“Marielle, uma lutadora do povo, tombou. Anderson, um filho do povo, tombou. Mas os ideais de inclusão social e da paz estão vivos nas ruas, nas praças públicas e em nossas almas, que estão em chamas, clamando por justiça social”, afirmou o dirigente.
O presidente da OAB/SE reafirmou que a intervenção militar no Rio de Janeiro configura um atentado à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito e defendeu a urgência de uma política pela paz em detrimento da concepção atroz de uma política de guerra.
“O Rio de Janeiro e o Brasil precisam é de intervenção social do Estado. Violência se combate e se previne com inclusão social, através da educação, cultura, assistência, saúde. A nossa luta continua, hoje e sempre! ”.
Para o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE, Robson Barros, “o assassinato de Marielle representa um atentando ao front da batalha em defesa dos direitos humanos e da justiça social”. “A OAB/SE repudia veementemente toda e qualquer violação aos direitos humanos e se faz urgente a apuração desse crime brutal e que feriu a todos nós”, enfatizou.
Também presente ao ato, o presidente da Comissão da Escravidão Negra da OAB/SE, Kleber Renisson Nascimento dos Santos, afirmou que “o homicídio frio, covarde e cruel da vereadora revela uma página do passado que o Brasil insiste em não se defrontar: os resquícios da Escravidão Negra”.
“No momento que nos somamos na dor de mais uma vítima da violência cotidiana, durante a celebração da Década Internacional de Afrodescendentes, é importante relembrar que esse processo repete todos os dias nas periferias com morte de negros e negras”, considerou.