A Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, representada pela Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, promoveu nesta sexta-feira, 09, em parceria com a Arquidiocese de Aracaju e órgãos do Poder Público Municipal e Estadual, o evento “Superando violências em busca da Paz”.
Iniciando o encontro, a presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da OAB/SE, Adélia Pessoa, frisou a necessidade de reação social. “Em reportagem vinculada esta semana na mídia local, Aracaju figura como a 18ª cidade mais violenta do mundo e a 6ª do Brasil. Não podemos nos omitir e silenciar frente à onda de violência que acomete nosso Estado. Precisamos abrir espaços de debate e, sobretudo, partir para ação”, afirmou Adélia, acrescentando “convidamos a todos, homens e mulheres, para que irmanados e, tendo como base a fraternidade, possamos avançar na luta contra a violência”, conclamou.
Para o Arcebispo da Arquidiocese de Aracaju, Dom João José da Costa, a união dos cristãos, leigos e do clero, e a contribuição individual de cada cidadão, enquanto agente de conscientização, é fundamental para transformar a sociedade. “Este encontro é uma demonstração de que existe muita gente inquieta diante da realidade de violência vivenciada em nosso Estado e no Brasil. Pessoas que não se deixaram intimidar e estão procurando fazer a sua parte na promoção da paz social”, pontuou Dom João.
Recortes e Superação
Coordenadora do Núcleo da Mulher do Tribunal de Justiça de Sergipe, a juíza Iracy Ribeiro Mangueira, participou da discussão ministrando a palestra “A violência e seus recortes”. Em sua fala, a magistrada citou as várias formas de violência (social, racial, contra grupos vulneráveis, institucional e de gênero) que atingem à população, trazendo como foco da sua explanação a violência doméstica e familiar contra a mulher.
Sobre esta temática, a vice-presidente da Comissão de Defesa da Mulher da OAB/SE, Valdilene Martins, salientou que as relações familiares devem ser repensadas. “Para promovermos qualquer modificação social é preciso rever as relações familiares, porque, infelizmente, a família tem sido o berço de toda essa violência”.
Com uma abordagem centrada na natureza humana e em sua característica relacional, a palestra “Superando as violências”, proferida pelo Procurador de Justiça e Corregedor-Geral do Ministério Público Estadual, Carlos Augusto Alcântara Machado, encerrou os debates do evento propondo uma reflexão a respeito do papel do Direito, a partir da necessidade de superação das diversas formas de violência, e da sociedade no enfrentamento as violações da dignidade da pessoa humana.