A Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe (OAB/SE), por meio da Comissão de Mediação, Conciliação e Arbitragem (CMCA) realizou na última quarta-feira, 21, mais uma edição da Oficina Jurídica. Desta vez, o evento aconteceu no auditório do Hospital Primavera. Na oportunidade, os gestores e funcionários da unidade de saúde participaram de palestras sobre os temas “Mediação: um instrumento para gestão de conflitos e auxílio nas relações interpessoais”, ministrada pela advogada e membro da CMCA, Emanuela Barreto; e “Comunicação não-violenta”, ministrada pela professora, advogada e membro da CMCA, Samyle Regina Matos Oliveira.
De acordo com a presidente da CMCA, Patrícia França, a oficina jurídica realizada na Rede Primavera teve o intuito de disseminar a cultura do consenso e da paz. “Precisamos nos unir e plantar a semente e os efeitos da mediação como forma de melhorar as relações pessoais e profissionais. Somos multiplicadores da pacificação social no sistema da OAB/SE e a intenção é unir forças e despertar nas pessoas um dos mais nobres sentimentos: a empatia”, pontuou.
A advogada e membro da CMCA, Emanuela Barreto, abordou o tema “Mediação: um instrumento para gestão de conflitos e auxílio nas relações interpessoais”. Em sua explanação, Emanuela mostrou como pode ser implementado dentro das organizações a cultura da mediação.
Acordo entre as partes
Na abertura da palestra, ela explicou o que o conceito de mediação, qual o foco da mediação, de forma a deixar bem claro que não é um ganhar e perder como em um processo judicial. Segundo ela, na mediação é necessário entrar em acordo, onde ambas as partes saem ganhando. “Falei muito na questão de humanizar o conflito, que é um papel também da mediação”, afirmou.
Emanuela Barreto deu ainda muitas dicas do que pode ser feito de imediato numa organização para resolver os conflitos por meio da mediação. Ela citou, por exemplo, a inserção nos contratos a cláusula escalonada, que é a cláusula que prevê a mediação primeiramente para prevê algum conflito, antes de judicializar alguma intercorrência. “Se for o caso a empresa contratar uma Câmara de Mediação e Arbitragem e já inserir em seus contratos a cláusula escalonada”, revelou.
Além disso, ela falou da capacitação dos funcionários que tivessem o perfil mediador, principalmente aqueles que trabalham em setores-chave do hospital e que tivessem um contato mais direto com o cliente. “Outras sugestões que dei para eles foi a possibilidade de criação de uma sala de mediação no próprio hospital, não só para a resolução dos conflitos internos bem como dos conflitos externos, para situações envolvendo paciente e clientes; e também em relação as frases de efeito, que está muito ao alcance imediato, e diz respeito ao acolhimento, de mostrar-se aberto e receptivo ao conflito, ao escutar a pessoa, deixar que ela fale, desabafe, com frases de efeito do tipo Olhe a gente está aqui pra lhe ouvir, pode falar tudo o que você tem para falar e vamos juntos resolver esse problema”, enfatizou.
Comunicação não-violenta
Na palestra, Samyle Regina Matos Oliveira, destacou que falar de Comunicação não-violenta nos mais diversos ambientes é fundamental para desenvolver habilidades de linguagem e comunicação, com a finalidade de fortalecer vínculos pessoais e profissionais, de modo a evitar o início de um conflito ou mesmo dirimi-lo da melhor forma possível.
“Portanto, as técnicas da Comunicação não-violenta que podem ser utilizadas tanto na mediação como na Justiça Restaurativa propõem um avanço na propagação de uma cultura de paz, um distanciamento da cultura estritamente punitiva e uma aproximação da responsabilização do agente pelos atos cometidos, ao posso em que oportuniza a satisfação das necessidades da vítima”, afirmou Samyle.