Uma importante discussão sobre os rumos da educação no Brasil foi realizada nessa quarta-feira, 27, no auditório da Didática VII, na Universidade Federal de Sergipe (UFS). Os debates ocorreram durante a etapa estadual de preparação do III ENE – Encontro Nacional de Educação (Pré-ENE).
Promovido pela Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe (ADUFS), o evento, que ocorre de dois em dois anos contou com a participação de diversos movimentos sociais, sindicatos e instituições. A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Sergipe (OAB/SE) esteve presente por meio da Comissão de Direitos LGBTQI+ e da Comissão de Direitos Humanos.
O vice-presidente da ADUFS e responsável pela organização do evento, Saulo Henrique Souza Silva, ressaltou a importância do Pré-ENE. “A ideia é debater as questões educacionais e tentar vislumbrar um projeto de educação para o trabalhador, um projeto de educação inclusivo que dê condições ao trabalhador brasileiro de ascender na vida. Esse evento visa discutir isso e também propor soluções, uma agenda de luta contra esses ataques que vêm sendo deferidos contra a educação”, salientou.
No evento foram discutidos três temas: “Debate de Conjuntura: Educação, Mundo do Trabalho e Democracia”, “Experiências de Educação Popular e de Gênero no Brasil” e “Os Ataques à Educação Pública e a Reafirmação do Projeto Classista”.
A presidente da Comissão de Direitos LGBTQI+ da OAB, Mônica Porto, participou da mesa que discutiu a temática “Experiências de Educação Popular e de Gênero no Brasil”. Durante a sua participação, ela falou sobre a questão da comunidade LGBT dentro das escolas.
Segundo Mônica Porto, quando se fala em educação de gênero e sexualidade ninguém está falando que vai se ensinar a uma criança a ser LGBT. Ela afirmou que o objetivo é fazer com que o ser humano cresça vendo a igualdade entre os gêneros e entre pessoas que têm a sexualidade diferenciada, que é justamente para que se diminua a questão da LGBTfobia não só dentro das escolas, mas também na própria sociedade.
“Sabe-se que a Educação é transformadora para a sociedade. Vivemos numa sociedade que tem uma ideologia de gênero binária e quando falam que o movimento LGBT quer impor uma ideologia de gênero é falso. Não existe só homem e mulher. Não queremos essa ideologia binária e não queremos impor nenhum tipo de ideologia de gênero, só almejamos a igualdade de gênero. Por essa razão é necessário mudar essa questão na base”, ressaltou.