Nessa terça-feira, 18, foi encerrado o Webnário Jovem Advocacia – Desafios e Oportunidades em Tempos de Pandemia. Participaram do término do evento o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe (OAB/SE), Inácio Krauss, o presidente do Conselho Estadual da Jovem Advocacia, Carlos Eduardo Pereira Siqueira, o diretor geral da Escola Superior de Advocacia (ESA) e a advogada Ana Paula Martinez, que foi a última conferencista do webnário ao abordar o tema Lição de Carreira e Desafios para o Jovem Advogado.
O presidente da OAB/SE, Inácio Krauss, enalteceu a realização do evento e parabenizou a toda a Diretoria do Conselho Estadual da Jovem Advocacia nas pessoas do presidente, Carlos Eduardo Siqueira, da vice-presidente, Bárbara Toledo, da diretora de Relações Institucionais, Jaqueline Deolindo da Silva, e do diretor de Relação com o Interior, Nathan Souza Martinez, e também aos palestrantes e a todos que assistiram os painéis.
“A OAB tem como suas premissas a defesa da advocacia e também a defesa do cidadão e da cidadã, e nesses eventos por videoconferência, transmitidos através do nosso canal no Youtube, a sociedade tem a oportunidade de ver o trabalho da OAB, principalmente o trabalho da Jovem Advocacia que vem avançando na nossa Seccional desde a gestão passada, quando fomos ao Conselho Federal defender a quebra da cláusula de barreira. Nessa segunda-feira tivemos também uma excelente notícia com a aprovação pelo Conselho Federal de que a presidente ou o presidente da Comissão Nacional da Jovem Advocacia deve ser escolhido pelo Colégio de Presidentes das Comissões e Conselhos Estadual da Jovem Advocacia das Seccionais e isso é mais uma vitória”, afirmou.
Debates intensos
Krauss ressaltou que a OAB/SE sempre está de braços dados com a Jovem Advocacia. “Vamos avançar para ver agora a quantidade, a cota de jovens advogados nas chapas das próximas eleições, muito embora aqui a gente não precise de cotas a gente vai muito por consciência tanto é que pela segunda vez, independentemente de cota nós fazemos uma chapa paritária de 50% advogados, 50% advogadas. E hoje, após a eleição suplementar temos mais advogadas na nossa gestão do que advogados. Além de mais paritária vamos avançar com uma chapa mais inclusiva com jovens advogados, com a inclusão da raça, idosos e LGBTQI+”, salientou.
O diretor geral da Escola Superior de Advocacia (ESA) ressaltou o sucesso do webnário. “Foram intensos os debates de ideias colocadas por diversas pessoas com seus vieses, com suas experiências mostrando que a jovem advocacia tem força, que não precisa de representantes e que é protagonista da sua própria história. Nesta gestão da OAB, a gente tem encontrado guarida para realizar eventos, para a promoção da jovem advocacia dentro de uma igualdade de gênero que não está só no papel, ela está aqui de fato e de direito tanto nesse evento como em todas as composições dos órgãos institucionais da OAB/SE. Agradeço a toda a Diretoria do Conselho Estadual da Jovem Advocacia, ao seu presidente, Carlos Eduardo Siqueira, e a cada um dos expositores e expositoras e a OAB/SE por todo o apoio que tem empenhado as nossas atividades”, disse.
O presidente do Conselho Estadual da Jovem Advocacia , Carlos Eduardo Siqueira revelou satisfação com o resultado do evento. “Nós estivemos aqui reunidos após dois dias de muitas apresentações e discussões sobre os mais diversos temas. O meu sentimento é de gratidão”, afirmou.
Lições e desafios
A Mestre e Doutora pela USP e Mestre em Direito pela Harvard University. Consultora Não-Governamental (NGA) da ICN. Árbitra da Câmara de Arbitragem do Mercado da BM&FBOVESPA/B3 e Membro da Agência de Certificação ETHIC Intelligence, Ana Paula Martinez, agradeceu o convite, parabenizou a realização do evento e ao olhar inclusivo da gestão.
Ana Paula abordou o tema Lição de Carreira e Desafios para o Jovem Advogado. Segundo ela, a primeira lição que aprendeu na carreira é a de que o mundo acontece lá fora. “A gente está muito acostumado a pensar no advogado trancado numa biblioteca nesse ambiente mais isolado, isso é muito importante porque a gente tem que ter uma formação jurídica muito sólida, mas para além disso as oportunidades se apresentam por meio da interação com as pessoas e esse conceito de networking que no Brasil historicamente era visto com maus olhos especialmente na nossa área que é mais formalista, as pessoas só vão ajudar a abrir as portas para você se souberem que você existe, quais são os seus interesses e o que você quer”, ressaltou.
De acordo com a palestrante, é preciso se jogar nas oportunidades, ser curioso, se colocar à disposição, conversar, que aí as oportunidades vão aparecendo. “Uma coisa leva a outra”, disse, ao revelar ser importante a participação em concursos de monografia. “Os concursos são oportunidades não só para ganhar o prêmio monetário, como também de publicar o artigo e conhecer pessoas”, revelou.
Sonhar grande
Conforme Ana Paula, a segunda lição é o advogado como resolvedor de problemas. “A gente tem que se enxergar como problem solver. Esse é um conceito muito presente nos Estados Unidos, a nossa cultura mais civilista às vezes nos leva mais as teorias do Direito, as teses, mas no final das contas o que o cliente quer é resolver o problema dele. Se você consegue resolver o problema dele numa reunião você gerou o maior valor possível para aquela situação. Quanto mais rápido você conseguir encontrar o resultado que o cliente quer mais bem remunerado você vai ser”, disse.
A terceira lição é que as pequenas tarefas importam. “Não ter braço curto e fazer todas as tarefas dentro de um projeto é muito importante, não só porque você será um advogado melhor como também porque isso é a parte essencial de um trabalho em equipe. Grandes casos já foram perdidos porque alguém que era responsável por “uma pequena tarefa” errou, então detalhes importam, pequenas tarefas importam”, pontuou.
A lição 4 “Sonhar grande dá o mesmo trabalho que sonhar pequeno”. Segundo Ana Paula, esta e uma frase de Jorge Paulo Lemann que marcou muito a vida dela. “Pensem grande, não pensem que estudar fora não é para vocês, estabeleçam um objetivo e sigam”, disse.
A palestrante também falou dos desafios. Citou os dilemas éticos e as mudanças. “O perfil da demanda por serviços jurídicos muda, mas Teoria Geral do Direito fica”, afirmou.