O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, em Sergipe, Henri Clay Andrade, asseverou nesta segunda-feira, 18, que a entidade não cessará em cobrar uma investigação célere e eficaz da execução de um dos líderes do Movimento SOS Emprego, Clodoaldo Santos de Melo.
Em reunião com o presidente da OAB/SE, membros do Movimento discorreram sobre o caso e solicitaram o apoio e a solidariedade da Ordem pela efetivação da justiça social. No encontro, Henri Clay afirmou que a entidade estará vigilante aos desdobramentos das investigações.
“Há uma forte suspeita de que esse crime tenha sido uma tentativa de calar a voz do SOS Emprego. Lutar pela justiça, pelos direitos humanos e pelas liberdades públicas faz parte da nossa história. A OAB está integrada à luta e, aqui, a voz do Movimento será ouvida e ecoada”.
“Nós, do SOS Emprego, lutamos apenas por empregos dignos e Clodoaldo morreu por essa luta”, diz a integrante do Movimento e cunhada da vítima, Valéria Aparecida. “Estamos sendo vigiados e além de justiça queremos proteção. A gente quer que o Estado cumpra com o seu papel”.
Clodoaldo foi assassinado na última quinta-feira, 14, no povoado Capuã, no município da Barra dos Coqueiros. Para integrantes do SOS Emprego, o homicídio pode estar relacionado com a militância de Clodoaldo no movimento que busca emprego para os trabalhadores sergipanos.
A vítima era membro ativo dos debates para contratação de mão de obra local na construção da Usina Termoelétrica Porto de Sergipe e o Movimento se destacou também por reivindicar que empresas prestadoras de serviços à Petrobras contratassem profissionais do Estado.
Para o coordenador do SOS emprego, Augusto César, é necessário respeito à luta e fim da criminalização do movimento. “As pessoas falam da gente como se fôssemos vândalos. Nós somos trabalhadores e querem criminalizar o nosso companheiro que está morto”, desabafa.
Presente à reunião, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE, José Robson de Barros, prestou solidariedade aos membros do movimento e aos amigos e à família da vítima. Robson considerou o caso como um atentado à uma causa social digna e honesta.